O Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados exigiu hoje a demissão do Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, que acusa de ser o "principal responsável" pela crise política no país.
O Movimento, constituído na sua maioria por jovens, juntou hoje centenas de pessoas numa manifestação pacífica que percorreu a principal avenida da capital guineense, seguindo do Palácio do Governo, no bairro de Brá, até à Praça dos Heróis Nacionais.
Num comício diante do Palácio da Presidência, os manifestantes exibiram dísticos e lançaram exortações à classe política, dirigindo-se especificamente ao chefe do Estado, José Mário Vaz, a quem pediram que deixe o poder.
Nelvina Barreto, da organização da manifestação, disse à Lusa que depois de exigência de dissolução do Parlamento e convocação de eleições legislativas, agora o povo guineense quer a demissão do próprio José Mário Vaz para que o país possa realizar eleições gerais - legislativas e presidenciais.
"O Presidente não pode ser árbitro e jogador ao mesmo tempo", defendeu Barreto, presidente de uma organização de mulheres da Guiné-Bissau que reclama uma participação ativa na vida política do país.
A dirigente da Miguilan - Mindjeris de Guiné No Lanta (Mulheres da Guiné Levantemo-nos) afirma que o povo guineense decidiu assumir "de uma vez por todas o seu destino em mãos".
Nelvina Barreto diz acreditar que a comunidade internacional estará disponível para financiar a realização de eleições gerais na Guiné-Bissau uma vez que "também compreende que a atual crise é insustentável".
Para a dirigente, o número de manifestantes foi superior ao de uma outra manifestação realizada no sábado, afirmando que "finalmente as pessoas estão a compreender" que os protestos não têm nada que ver com nenhum partido político ou personalidade.
As escolas e alguns mercados não funcionaram hoje em Bissau em sinal de solidariedade com o protesto convocado de novo para a próxima semana, caso na segunda-feira não haja nenhuma decisão na reunião do conselho de Estado convocada por José Mário Vaz para escolher um novo primeiro-ministro.
Lusa/Conosaba
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