O governo da Guiné-Bissau e parceiros internacionais inauguraram hoje no Hospital Simão Mendes, principal unidade de saúde do país, um bloco operatório moderno para cesarianas que esperou dois anos para funcionar.
"Técnicos do Hospital Simão Mendes, valorizem este equipamento", pediu o secretário-geral do governo, Olívio Pereira, que representou o primeiro-ministro Umaro Sissoco na cerimónia.
O objetivo é diminuir a mortalidade materno-infantil na Guiné-Bissau, destacou Kourtoum Nacro, representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), um dos doadores das duas salas de operações.
Partos que requerem cesariana e com hemorragias associadas são a principal urgência que o Hospital Simão Mendes recebe todos os dias, segundo dados da unidade.
O bloco da maternidade estava pronto a funcionar há dois anos, mas a abertura foi sendo adiada pela direção do hospital por alegada falta de técnicos, obrigando as grávidas a depender do bloco geral de cirurgias, mais antigo, com menos equipamento e mais pacientes.
Kourtoum Nacro lamentou a situação em entrevista à Lusa, há duas semanas, e considerou já não haver desculpas para os atrasos depois de o UNFPA ter contratado especialistas.
"Se houvesse organização e coordenação" o bloco da maternidade já podia estar a funcionar, referiu.
O anúncio da inauguração surgiu poucos dias depois e a primeira cesariana deverá acontecer na próxima semana, depois de uma desinfeção profunda do bloco.
Na Guiné-Bissau, 549 mães morrem por cada 100 mil partos (a pior taxa do mundo lusófono, segundo dados da Organização Mundial de Saúde de 2015) e 55 crianças em cada mil morrem antes do primeiro aniversário (dados do Ministério da Saúde da Guiné-Bissau, 2014).
Conosaba com a Lusa
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