A Liga Guineense dos Direitos Humanos pediu hoje ao Governo a "revogação imediata" de uma proibição de manifestações junto ao Palácio da Presidência, em Bissau, que classificou como um "ato vergonhoso".
Em comunicado, a Liga considera que a interdição se trata de uma "decisão inconstitucional e uma afronta" ao Estado de direito democrático.
Para a organização, o anúncio feito pelo ministro da Administração Territorial "é um ato vergonhoso" para um país que proclama ser democrático.
O Governo da Guiné-Bissau proibiu manifestações junto ao Palácio da Presidência contra o chefe de Estado, José Mário Vaz.
Um comunicado assinado pelo ministro da Administração Territorial, Sola Nquilin, dá conta da proibição de qualquer manifestação ou marcha na Praça dos Heróis Nacionais e no largo da Câmara Municipal de Bissau, ambos os locais nas imediações do Palácio da Presidência.
O ministro faz saber que a medida visa garantir liberdade de circulação aos cidadãos que não adiram às manifestações, que têm sido organizadas pelo Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados contra a crise política que afeta o país há 15 meses.
O movimento, constituído na sua maioria por jovens, pretende que o Presidente guineense renuncie ao seu mandato por ser, alegadamente, o responsável pela crise política.
Lesmes Monteiro, porta-voz do movimento, disse hoje à Lusa que os protestos vão continuar, devendo ser organizados noutros lugares de Bissau.
Lusa/Conosaba do Porto
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