Foto/arquivo
O ministro do Interior da Guiné-Bissau, Botche Candé, disse que desconhecia totalmente a ordem de prisão a um deputado emitida por um juiz e executada por um agente da Polícia de Ordem Pública (POP).
O deputado Gabriel Sow, do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), foi detido na passada quinta-feira, em Bissau, sem antes lhe ter sido levantada a imunidade parlamentar.
Em conferência de imprensa, na presença dos oficiais da POP bem como do secretário de Estado da Ordem Pública, Marcelino Cabral, o ministro do Interior, Botche Candé, exortou os agentes a não cumprirem ordens que não sejam devidamente emitidas.
"A partir de hoje, aviso a todos os camaradas agentes aqui presentes: Qualquer ordem que não tenha sido autorizada pelo ministro, ou pelo secretário de Estado ou pelo comissario da POP, é para não ser cumprida", disse Botche Candé.
Tanto o ministro, como o secretário de Estado da Ordem Pública, Marcelino Cabral, como o Comissário da POP, o general Armando Nhaga, indicaram que não sabiam da existência de qualquer solicitação do tribunal a requisitar agentes para a detenção do parlamentar.
O deputado foi detido à mando do juiz Marcos Indami, titular de execução de penas, encontrando-se no centro penitenciário de Bafatá, a 150 quilómetros de Bissau.
Gabriel Sow tinha sido condenado a oito anos de prisão efetiva no âmbito de um processo de uma sociedade comercial de que era gerente e que foi à falência.
O PAIGC alega que a detenção é ilegal uma vez que Sow interpôs um recurso num tribunal africano do qual ainda não há uma resposta. A nível interno todos os recursos já tinham sido esgotados.
O advogado do político contou à Lusa que este foi abordado pela polícia na rua e mesmo tendo exibido o seu cartão de deputado recebeu ordem de prisão.
O ministro do Interior indicou que pelas informações que são públicas a detenção do deputado "é um ato ilegal" e que não pode ser imputado nem ao Governo e nem ao Presidente da República, José Mário Vaz.
Conosaba com a Lusa
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