As organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau realizam hoje um encontro de reflexão sobre a segurança alimentar e nutricional no país no âmbito de um "amplo compromisso" assumido pelos Estados da comunidade lusófona.
Celestino Sá, coordenador técnico da Ressan-GB (rede da sociedade civil para a soberania e segurança alimentar e nutricional da Guiné-Bissau) disse à Lusa que as organizações da sociedade civil "querem honrar a sua parte do compromisso" que consiste em colocar na agenda nacional de cada país lusófono a discussão da segurança alimentar.
O compromisso visa erradicar a fome na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), inspirando-se no modelo brasileiro, até 2025, disse o coordenador da Ressan-GB.
Celestino Sá adiantou ainda que o compromisso, que deve envolver os deputados, o Governo, o setor privado e a sociedade civil no geral, consiste em ver cada um dos segmentos numa discussão das diretrizes de apoio à Agricultura Familiar nos Estados membros da CPLP.
O coordenador da Ressan-GB diz não ter conhecimento de que os outros segmentos já tenham feito a sua reflexão do que salienta ser "um tema atual e pertinente" para o país.
Celestino Sá afirma que a segurança alimentar e nutricional "é um assunto de agenda da Guiné-Bissau" uma vez que, disse, o país conhece "pontualmente situações de fome" em certas zonas.
Celestino Sá, que se assume como um "entusiasta e apologista de agricultura familiar na Guiné-Bissau" sublinha que, não se pode falar de fome generalizada no país mas observa que existem casos de aldeias inteiras onde a população passa por dificuldades devido às calamidades naturais.
"Basta que a água do mar suba, que chova muito ou que a água salgada tome conta dos campos do cultivo para que haja situações de carências de alimentos ou mesmo de fome em certas zonas", declarou Celestino Sá.
Na busca de uma diretriz nacional para o apoio à Agricultura Familiar, os participantes na reflexão vão cingir a sua abordagem em temas como: O reconhecimento e identificação da Agricultura Familiar, agroecologia, compras públicas no âmbito de segurança alimentar e nutricional e 'governança' da Terra e dos recursos naturais.
A reflexão de Bissau contará com a participação de Joana Dias, da organização não-governamental portuguesa ACTUAR.
Lusa/Conosaba
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