Numa sociedade corrupta, as pessoas não precisam de autorização verbal ou escrita para praticarem mais actos de corrupção.
Aliás, o único objectivo de um regime corrupto é manter a própria corrupção, através da extração de recursos e/ou obtenção de ganhos financeiros -- ilicitamente. E em tais ambientes de conluio e de promiscuidade, os apoiantes de regime são protegidos e retribuídos pelo grau das suas lealdades. Até porque a manutenção do poder depende dessa grosseira cumplicidade e reciprocidade... eu tomo, tu tomas, ele/ela toma, nós tomamos (ilícita e fraudulentamente)!
Na Guiné-Bissau, em abono de verdade, a corrupção está enraizada na nossa estrutura governativa e do poder desde nos primórdios da independência. Quem não se lembra dos tempos de "n'ba toma"?
De lá para cá, temos fortalecido a cultura de subornos, o uso ilícito de recursos públicos e privados, a distorção de leis para o benefício próprio e a manipulação de políticas para o controlo do poder e das riquezas.
Até hoje, infelizmente, é uma sucessão de "tomar e tomar" (leia-se ilícita apropriação de bens materiais e financeiros)
, num ciclo vicioso de roubos e fraudes contra o bem comum -- sem nenhuma responsabilização.
Nisso tudo, os que vivem e labutam fora desse "sistema" de fraude pública (e privada) são entregues ao Deus dará e incapazes de satisfazer as suas mais elementares necessidades de vida.
Temos que compreender o seguinte: onde há corrupção não há moralidade, não há justiça e nem o desenvolvimento social e económico.
Mais ignorarmos este problema, mais empobrecidos ficamos, em benefício de uma classe restrita do círculo do poder e das influências.
--Umaro Djau
18 de Fevereiro de 2025
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