quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

“INCONFORMADOS” DO PAIGC DEFENDEM A CLARIFICAÇÃO DA LIDERANÇA DO PARTIDO ANTES DAS ELEIÇÕES

Dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) integrantes do atual governo de iniciativa presidencial, entre eles ministros e diretores, criticaram em carta datada de 4 de fevereiro, a postura política de Domingos Simões Pereira, presidente da formação política.
Carlos Nelson Sano foi quem falou em nome dos signatários da carta entregue esta quinta-feira ao Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização do PAIGC.
Por CFM
Data: 13. 02. 2025

Um Grupo de dirigentes inconformados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) defendeu a necessidade de clarificar, de momento, a liderança no PAIGC, antes das próximas eleições legislativas e presidenciais, ainda sem data, na Guiné-Bissau.

A posição dos inconformados foi transmitida à imprensa por um dos membros do grupo, Carlos Nelson Sano, depois da entrega de uma carta datada de 04 fevereiro ao presidente do Conselho de Jurisdição e Fiscalização do PAIGC, Aly Hijazi. A carta foi assinada por um grupo de 13 dirigentes do PAIGC, entre os quais Mário Musante da Silva, Carlos Pinto Pereira, José Carlos Esteves, Carlos Nelson Sano, Jaimantino Có, Suleimane Dabó, Iça Barri e Gualdino Afonso Té.

Carlos Nelson Sano explicou aos jornalistas que o grupo não está a solicitar a convocação do congresso antecipado, contudo disse que tudo vai depender do pronunciamento do Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização do partido sobre a “suposta incompatibilidade de funções” do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira.

Na carta consultada pelo O Democrata, o grupo de dirigentes inconformados do partido libertador solitca ao Presidente do Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização, Aly Hijazi, a avaliar as declarações do Presidente do Partido, Domingos Simões Pereira, segundo as quais teria dito que “se prepara para assumir, interinamente, as funções de Presidente da República, pelos motivos que indica, nomeadamente o de vacatura do cargo por o mandato presidencial chegar ao seu termo no dia 27 de fevereiro”.

O grupo liderado pelo Presidente da Comissão Política do PAIGC para setor Autónomo de Bissau, Mário Musante da Silva, entende que os motivos indicados não colhem e que o propósito manifestado coloca Simões Pereira numa situação de incompatibilidade para continuar a exercer as funções de Presidente do PAIGC.

“Os subscritores da presente vêm solicitar ao Conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização que mande avaliar a situação assim criada à luz dos Estatutos do partido, por forma a serem tomadas as medidas pertinentes que, sendo o caso, salvaguardem os superiores interesses do PAIGC. Os subscritores entendem que, a corresponderem à verdade, o próprio Presidente do partido deve ser transparente e o primeiro a defender os interesses do partido” lê-se na carta, com a data de 04 de fevereiro, assinada por um grupo de 13 dirigentes do PAIGC, cujo assunto é: Afirmações públicas do Presidente do partido que podem pôr em causa os Estatutos do partido.

“A par desta situação, circulam rumores, segundo os quais, por ocasião desta sua última deslocação ao estrangeiro, o engenheiro Domingos Simões Pereira terá abandonado o país em condições indignas, que não abonam para o bom nome e o prestígio do cargo, assim como para o do PAIGC “ insistiu o grupo, solicitando a clarificação da situação exposta e tornada pública os seus resultados, por forma a permitir a cada dirigente e militante do partido uma adequada avaliação da situação.

O grupo insistiu na necessidade de, internamente e pela via de diálogo, serem encontradas aa soluções que melhor defendam os interesses do partido e de todos os seus militantes e dirigentes.

Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb

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