A Igreja Católica da Guiné-Bissau aconselha os seus fiéis a cumprirem as recomendações do decreto que regulamenta o estado de calamidade em sequência da subida dos casos da Covid 19.
Estas recomendações constam no comunicado assinado pelos dois administradores da Diocese de Bissau e de Bafatá. Portanto, a Igreja católica da Guiné-Bissau confirma que foram suspensas, entre outras, as celebrações de missas presenciais, inclusive do corpo presente, catequeses, retiros, encontros de grupos e movimentos.
Ainda no mesmo comunicado, os administradores apostólicos informam que as missas dominicais vão ser retransmitidas na Rádio Sol Mansi e inclusive online na sua página de Facebook e em colaboração com a Radiodifusão Nacional.
Portanto, os fiéis podem pedir a celebração de missas para os seus entes queridos falecidos, mas sem a participação na liberação e as ofertas dominicais e dízimos ou outro tipo, podem ser levados para o pároco ou responsável da missão.
A Igreja católica pede que durante todo este tempo seja respeitada a obrigatoriedade do uso correto da máscara e do distanciamento físico. A igreja é pedida a continuar com os trabalhos de sensibilização sobre a prevenção da Covid 19.
O estado de calamidade deve acabar no dia 10 de Setembro e até lá, o governo manda fechar as Igrejas, mesquitas e locais de culto até que os casos sejam controlados.
No entanto, esta medida do governo não está a ser bem aceite por todos. Hoje, em Conferencia de imprensa, os motoristas do sector Autónomo de Bissau derem 12 horas para que o governo autorize a circulação das viatura e caso contrário dizem que haverá consequências.
Laurentino Morgado disse ainda que o governo deve pensar em outras estratégias porque as pessoas poderão começar a passar fome.
Porta-voz dos motoristas disseram ainda que o sector privado deve ser financiado e diante desta situação não beneficiaram de nada e isso é uma violação dos direitos humanos.
Os motoristas pedem a intervenção urgente da presidência, do governo e do alto comissariado para a Covid 19, para que as viaturas voltem a circular. Enquanto isso, o prazo dado pelos motoristas acaba esta madrugada.
No entanto, a medida do governo também afecta os mercados que agora passam a funcionar das 05 da manhã até às 3 da tarde, mas nos fins-de-semana estão fechados. Esta manhã, as vendedeiras do mercado central de Mansoa estiveram em reivindicação em frente a administração local exigindo a reabertura dos mercados.
Também na Bôr, pertencente ao sector de Prabis, esta manhã foi registado resistência por parte dos comerciantes, alguns insistiram em desobedecer a regra e houve até a intervenção da força policial, vários produtos foram estragados durante o confronto.
IMPACTO ECONÓMICO
Para entender o impacto económico desta decisão governamental para a Guiné-Bissau, a RSM falou com o seu comentador, José Nico Dju, que alerta que a curto prazo a decisão, do ponto de vista macro e micro económico, vai reduzir até o rendimento nacional.
O documento determina que os mercados devem funcionar de segunda a sexta-feira, das 05 da manhã às 14h59 e as limpezas dos mercados devem ser feitas as 16 horas, nos mesmos dias uteis da semana.
Igualmente a circulação das pessoas é permitido das 05 da manhã até as 20h00, e é obrigatório respeitar o cerco sanitário regional, ou seja, as pessoas não podem circular de uma região para a outra.
"DECISÃO DE GOVERNO É UM TEATRO"
Ainda sobre o mesmo assunto, em entrevista á RSM, o jornalista e professor universitário, Armando Lona, considera de teatro a decisão do governo em decretar o recolher obrigatório e o fecho dos mercados.
Já para o cumprimento destas medidas, o Ministério do Interior disponibilizou, ontem, 1.884 agentes que incluem a Polícia da Ordem Publica, a Guarda Nacional e o Serviço da Protecção Civil e Bombeiros.
Todas essas medidas não foram debatidas no parlamento. Portanto, o jornalista e professor universitário, Armando Lona, considera de incrível essas medidas, porque “não é possível falar da legalidade e o órgão legislador continuar em silêncio”.
Entretanto, ontem, através de uma nota o alto comissariado anunciou a existência da variante delta no país, esta variante é considerada mais perigosa e mais letal.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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