sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Estado de calamidade: ANALISTA POLÍTICO CONSIDERA MENOS INTELIGENTE A MEDIDA DO GOVERNO


O comentador permanente da Rádio Sol Mansi (RSM) para os assuntos políticos considera menos inteligente a medida do governo em decretar o recolher obrigatório e restrição de algumas liberdades fundamentais.

A medida proposta pelo alto comissariado para a Covid 19 consta no segundo o decreto deste ano, deve-se ao aumento considerável dos casos positivos e de mortes relacionadas a Covid-19 registadas nas últimas semanas no país.

No entender de Rui Jorge Semedo, o país enfrenta situações difíceis, mas, não obstante, as autoridades sanitárias deveriam ter adoptado outras medidas mais concretas.

“Estamos preocupados com esta situação, porque aqui conseguimos o nosso ganha-pão”, disseram.

Rui Jorge Semedo sustenta ainda que os trabalhos devem ser feitos em colaboração com a Camara Municipal de Bissau, para o descongestionamento dos mercados.

Ainda sobre o decreto, na sua página oficial de facebook, o jornalista e professor universitário, Armando Lona, alerta que qualquer proposta de restrição de liberdade dos cidadãos deve ser discutida no parlamento. Quando os deputados omitem colectivamente a sua responsabilidade constitucional, segundo o analista, é melhor substituir a palavra democracia por um outro vocabulário.

Na mesma publicação, o jornalista diz que exigir dos cidadãos o respeito de decretos que os seus representantes não debateram é uma atitude de imposição e furto.

No decreto já em vigor, foi determinada que as Igrejas, Mesquitas, locais de culto e rituais tradicionais devem permanecer fechados.

O mesmo documento determina ainda que os mercados devem funcionar de segunda a sexta-feira, das 05 da manhã às 14h59 e as limpezas dos mercados devem ser feitas as 16 horas, nos mesmos dias uteis da semana.

Nos sábados e domingos, os mercados devem ser encerrados para limpeza e desinfecção.

Igualmente a circulação das pessoas é permitida das 05 da manhã até 1 minuto para às 8 horas da noite.

O documento determina ainda que, as pessoas residentes em Bissau, Safim e Prabis estarão isolados do espaço geográfico, e, portanto, não podem circular para fora da área geográfica.

Igualmente, as pessoas que residem nas regiões não podem circular para fora das áreas geográficas das respectivas regiões.

A circulação nos transportes públicos é condicionada ao uso correcto e obrigatório das mascaras e caso contrario serão aplicadas multas aos passageiros e proprietários das viaturas.

Para o cumprimento destas medidas, o Ministério do Interior disponibiliza 1.884 efectivos que incluem a Polícia da Ordem Publica, a Guarda Nacional e o Serviço da Protecção Civil e Bombeiros.

Estes agentes, segundo Tomás Djassi, Comandante Nacional da Polícia da Ordem Pública, têm por responsabilidade de reforçar as patrulhas de todas as cidades e localidades do território nacional.

POPULAÇÃO CONTRA AS MEDIDAS

Os utentes dos diferentes mercados de Bissau estão descontentes com as mediadas adoptadas no novo decreto de calamidade que obriga o fecho dos mercados antes das 15 horas.

Os descontentamentos foram registados, esta manhã, numa reportagem da RSM feita nos diferentes mercados da capital Bissau.

“Estamos preocupados com esta situação, porque aqui conseguimos o nosso ganha-pão”, disseram.

No que toca com o fecho dos mercados nos finais de semanas, as diferentes vozes pediram ao governo no sentido de deixar o mercado funcionar até às 15 horas ou que sejam criadas as condições para o efeito.

MOTORISTAS QUEREM REFORÇO DE MEDIDAS

Os Motoristas do Sector Autónomo de Bissau (SAB) consideram de impossível o cumprimento da medida que suspende a circulação dos transportes a nível de capital para outras regiões do país.

Em entrevista à Radio Sol Mansi, Francisco Mendes, Presidente das Associações de Motoristas do SAB, disse ser difícil o cumprimento da medida e por outro lado incentivou o governo a colocar postos sanitários para fazer teste rápido de COVID-19 em cada entrada nas deferentes regiões.

O Presidente das Associações de Motoristas do SAB, Aristides Francisco Mendes, promete iniciar as medidas de lavar a mão em cada posto de venda de passagem de carro e uso de mascara obrigatório…

Em ronda que a repórter da RSM fez na paragem central constatou-se que alguns passageiros estavam a viajar para o interior do país, não obstante, usavam com mascaras, mas os que estão a vender dentro da paragem estavam a sem mascara.

CMB DISSE SER IGNORADO

Entretanto, questionado, esta sexta-feira, pela RSM, sobre as medidas do descongestionamento do mercado e da desinfecção diária, o presidente da Camara Municipal de Bissau criticou o alto comissariado por não envolver e nem apoiar a Camara apesar de ser o gestor da cidade e que lida directamente com os mercados.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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