sexta-feira, 27 de agosto de 2021

GUINÉ-BISSAU, “PORTA DE ENTRADA NA CEDEAO NA Kuma????

Durante muito nos têm-se ouvido essa narrativa enganadora para os menos atentos que não sabem que para que isso fosse uma realidade, a Guiné-Bissau tinha que dispôr, primeiro, das indispensáveis condições infra estruturais e económicas, o que não é o caso.

Ser “porta de entrada na CEDEAO”, requer um porta competitiva, boas estradas, boa rede de comunicação, ligações aéreas marítimas e terrestres permanentes com os demais países da comunidade.

Os países que podiam reclamar esse estatuto são a Nigéria, a Côte d’Ivoire, o Senegal, o Benin e o Togo. Esses são os países que reúnem todas as condições para atrair os operadores económicos, porque permitem uma troca mais célere e em melhores condições de competitividade e, na classificação de “faire des business”, estão melhor posicionados em comparação com a nossa bem amada Guiné.

É utópico pensar que o fator linguístico seja um “must” nesse particular, porque a maior parte dos países membros da CEDEAO, aqueles que têm a melhor qualidade de ensino, os seus estabelecimentos de ensino administram cursos das três línguas administrativas deste espaço geográfico (English, Français, Português), e não têm problemas de comunicação.
Em termos comparativos, os investimentos do Brasil e de Portugal na Nigéria, Cote d’Ivoire e Senegal, são de longe superiores aos investimentos feitos na Guiné-Bissau, por várias razões.

A população da Guiné-Bissau é muito pequena (2 milhões de habitantes), e com um fraco poder de compra, fator desencorajador para um investimento sério, com o agravante das produções não puderem ser evacuadas para os países com os mercados mais importantes por falta de infra- estruturas adequadas para uma verdadeira troca.

E se se considerar o ritmo da evolução da economia da Guiné-Bissau e a ausência de uma política séria virada para a criação de infra- estruturas competitivas não podemos falar de “porta de entrada na CEDEAO”. Essa narrativa é para tentar adormecer o povo para esquecer os verdadeiros problemas que o afetam, em relação aos quais, devido a governação de diskarna, se demonstra uma incapacidade total da sua resolução, enquanto que os governantes se enriquecem ilicitamente cada dia mais, pá bin fala amanhã: “ami i aguin má rico na Guiné”
No dia em que o país conseguir realizar o projeto do porto de Buba, construir o tão “falado aeroporto de referência", fizer a dragagem do porto de Bissau, ou mesmo construir outro porto, construir boas estradas e ligá-las aos dois vizinhos imediatos, o Senegal e a Guiné-Conakry, tiver uma justiça digna do nome, puser fim à impunidade, devolver ao povo tudo o que foi roubado e colocado no exterior, confiscados os bens ilicitamente adquiridos, aí poderemos estar a criar as condições para o início da materialização dessa visão, mas com os políticos que, em vez de se servirem do Estado, tenham como a sua sagrada missão, SERVIR, com o único objetivo de desenvolver o país para o bem-estar do seu povo.
Paremos de nos enganarmos com essa retórica de que a Guiné-Bissau e a “porta de entrada da CEDEAO”.

Em que condições, cu es políticos ndawre, ku no ke? No pára, porque essa retórica é repugnante e mesmo revoltante, quando assistimos a desenfreada corrida à corrupção, ao desleixo total e à política di tapa rosto do povo cu banda preto pá ka i odja crimi cuna cometido riba bi kil ki di sil.

Se formos pelo facto de termos como língua administrativa o Português, e não sermos um país insular, isso nada de vantajoso comporta, porque não há indicadores estatísticos que coloquem a Guiné-Bissau nesse patamar. Se fossem esses os fatores, pondo de lado a insularidade, a República de Cabo Verde estaria na “pole position”, porque reúne as indispensáveis condições.

Quantos voos é que os aeroportos de Cabo Verde recebem diariamente? Quantos barcos atracam diariamente nos portos de Cabo Verde? Quantos investidores visitam diariamente Cabo Verde?

Se pensarmos que podemos enganar aqueles que estão melhor informados sobre a Guiné-Bissau do que o próprio Guineense, estamos a enganar-nos a nós mesmos, e isso não passa de infantilidade. Paremos de nos infantilizarmos!
Já chegou!

Vamos ao essencial, que é de mobilizar as energias positivas para transformar o país, através da boa governação, com os melhores quadros de que o país dispõe, em cada domínio.

É a hora do país arrancar para pelo menos prepará-lo para os challenges de desenvolvimento, que o Sec. XXI nos impõe.
VIVA A GUINÉ-BISSAU!

por: yanick Aerton

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