domingo, 9 de agosto de 2020

MAIS UMA VEZ. APOIO À JUVENTUDE GUINEENSE – UM DEVER

No âmbito do protocolo da CEDEAO sobre a livre circulação de pessoas bens e capitais, o cidadão comunitário tem o direito de investir em qualquer um dos países membros, desde que reúna os requisitos exigidos por lei;

O objectivo e de levar a cabo uma política de integração económica para tornar o nosso espaço geopolítico mais competitivo e mais atractivo ao investimento;

Esses ditos “estrangeiros” a que o ministro Artur Sanhá faz referência, voluntariamente escolheram a Guiné-Bissau, como país membro da CEDEAO, uma organização cujos países membros contam com quase 300 milhões de consumidores, para desenvolverem as suas actividades;

Eles têm cumprido com as normas que regem as actividades económicas na Guiné-Bissau, pagando impostos e criando emprego para os Guineenses, e não só;

Competem em pé de igualdade com os Guineenses, o que é muito salutar para uma economia que se quer dinâmica, em respeito às normas;

As normas comunitárias não admitem a discriminação entre os cidadãos, a fortiori entre os cidadãos que exercem actividades económicas e, consequentemente, contribuem para o desenvolvimento dos países onde estão instalados.

Deve-se entender a mensagem do ministro Artur como sendo uma exortação à nossa juventude para escolherem outras opções que não seja apenas o funcionalismo público.

Essa exortação é de aplaudir porque é só na Guiné-Bissau, devido a ausência de uma política de apoio ao auto-emprego, que os jovens não optam pelo sector privado, erro que este governo deve corrigir o mais rapidamente possível, apoiando os jovens a enveredar pelo empreendedorismo.

Na verdade, muitas etnias da Guiné-Bissau não têm a tradição de negócios e os membros das etnias que a têm estão desprovidos de meios e não são apoiados pelo poder político. E é esta a razão por que o espaço que deviam ocupar é invadido por esses chamados estrangeiros.

O autóctono, pó di terra, é conhecido como bom trabalhador braçal e não como um bom candidato a negócios. DESECO, ku djintis mata toku uturs bai para na kalabus? BIGB, cu batido na descarna di djintons di praça cu ca tene cultura di paga divida?

Será que esses é que vão concorrer com os “estrangeiros”, mais estruturados, a todos os níveis, do que o patrício?

Em termos de comparação, se disponibilizares 100 milhões de Fcfa a um Guineense, e deres o mesmo montante a um desses “estrangeiros”, ainda que seja sob a forma de fundo perdido, em menos de dois anos o Guineense vai inevitavelmente à falência, enquanto a tendência do estrangeiro é de prosperar cada dia mais.

Os exemplos abundam nesta nossa sociedade, razão por que muitos daqueles que nas décadas 80 e 90 tentaram a aventura no mundo de negócios acabaram por se reconverter em políticos, por ser na Guiné-Bissau a forma mais fácil de ilicitamente ganhar dinheiro, devido à impunidade.

Quando ao Guineense se dá essa oportunidade, a primeira coisa que faz é comprar uma casa em Portugal, comprar carros de luxo, um para si, um para a mulher e outro para a “casa dois”. E logo a seguir, começa o vaivém Lisboa/Bissau/Lisboa, acompanhado não com a esposa, mas com a “casa dois”.

É claro, não há regra sem excepção. Há Guineenses diferentes, esses que muito cedo se dedicam aos negócios, como os Fulas (Futa-Fulas) e os Saracolés.

Entre ser empresário e ser director de uma das grandes empresas da nossa praça, o Guineense não pensaria duas vezes, porque sabe que a frente de uma dessas empresas, em menos de dois anos “Ina ruma si vida”, porque pode roubar i nada cana sai, Ina bai suma Mon di sal na iagu. Ndeyssane Guiné-Bissau! Kil di nha Joana!

Por isso é que é preciso apertar o controlo na gestão dessas empresas, para por cobro a gatunice, assim muitos bons quadros, em vez de nelas permanecerem como assalariados, seriam atraídos para o sector privado, através do auto-emprego, para conquistarem a sua independência económica, a semelhança do que acontece com os jovens quadros nos países anglófonos, onde só amontons cu ta bai tarbadja na Estado pá ricibi salário di miséria.

Os “estrangeiros” não nos empurraram a não fazer a boa gestão das empresas públicas, com destaque para a Guine Telecom. Os “estrangeiros” não nos impediram de abrir boutiques nos bairros e nem farmácias para a venda de medicamentos.

Onde está a culpa desses “estrangeiros”? Os países desses “estrangeiros” não fecharam as portas aos nossos empresários, pelo menos a nível dos países membros da CEDEAO, aliás alguns dos nossos empresários até tentaram penetrar nos noutros mercados, mas eta lestu di lati, e TIRA Pé, quando a palavra de ordem e A PERSEVERANÇA. 

E agora, a solução?

O governo a que o ministro Artur Sanhá tem a honra de pertencer deve imediatamente pensar no emprego jovem, mas não com retóricas, mas com acções concretas para tirar os nossos jovens das “bancadas”, formá-los e lançá-los nos negócios, através da criação de pequenas iniciativas.

É essa a solução. A solução não deve passar pelo proteccionismo, porque é contraproducente, uma vez que pode engendrar retaliações ou condenações das instâncias judiciais comunitárias.

O pronunciamento do ministro Artur Sanhá não tem nada de xenófobo, mas sim, exorta os jovens a se aventurarem nos negócios, ideia apenas materializável com o envolvimento serio do Governo.

Esta é a minha modesta contribuição como jovem promissor yanick.

VIVA NO JUVENTUDE!

Sem comentários:

Enviar um comentário