No âmbito do protocolo da
CEDEAO sobre a livre circulação de pessoas bens e capitais, o
cidadão comunitário tem o direito de investir em qualquer um dos países
membros, desde que reúna os requisitos exigidos por lei;
O objectivo e de levar a
cabo uma política de integração económica para tornar o nosso espaço
geopolítico mais competitivo e mais atractivo ao investimento;
Esses ditos “estrangeiros”
a que o ministro Artur Sanhá faz referência, voluntariamente escolheram
a Guiné-Bissau,
como país membro da CEDEAO, uma organização cujos países membros contam com quase 300
milhões de consumidores, para desenvolverem as suas actividades;
Eles têm cumprido com as
normas que regem as actividades económicas na Guiné-Bissau, pagando
impostos e criando emprego para os Guineenses, e não só;
Competem em pé de
igualdade com os Guineenses, o que é muito salutar para uma economia que se quer
dinâmica, em respeito às normas;
As normas comunitárias
não admitem a discriminação entre os cidadãos, a fortiori entre os
cidadãos que exercem actividades económicas e, consequentemente,
contribuem para o desenvolvimento dos países onde estão instalados.
Deve-se entender a
mensagem do ministro Artur como sendo uma exortação à nossa juventude para
escolherem outras opções que não seja apenas o funcionalismo público.
Essa exortação é de
aplaudir porque é só na Guiné-Bissau, devido a ausência de
uma política de apoio ao auto-emprego, que os jovens não
optam pelo sector privado, erro que este governo deve corrigir o mais
rapidamente possível, apoiando os jovens a enveredar pelo empreendedorismo.
Na verdade, muitas etnias
da Guiné-Bissau
não têm a tradição de negócios e os membros das etnias que a têm estão
desprovidos de meios e não são apoiados pelo poder político. E é esta a razão
por que o espaço que deviam ocupar é invadido por esses chamados estrangeiros.
O autóctono, pó di terra, é
conhecido como bom trabalhador braçal e não como um bom candidato a negócios.
DESECO, ku djintis mata toku uturs bai para na kalabus? BIGB, cu batido na descarna
di djintons di praça cu ca tene cultura di paga divida?
Será que esses é que vão
concorrer com os “estrangeiros”, mais estruturados, a todos os níveis, do que o
patrício?
Em termos de comparação,
se disponibilizares 100 milhões de Fcfa a um Guineense, e deres o mesmo montante
a um desses “estrangeiros”, ainda que seja sob a forma de fundo perdido, em
menos de dois anos o Guineense vai inevitavelmente à
falência, enquanto a tendência do estrangeiro é de prosperar cada dia mais.
Os exemplos abundam nesta
nossa sociedade, razão por que muitos daqueles que nas décadas 80 e 90 tentaram a aventura no mundo de negócios acabaram por se
reconverter em políticos, por ser na
Guiné-Bissau a forma mais fácil de
ilicitamente ganhar dinheiro, devido à impunidade.
Quando ao
Guineense se dá essa oportunidade, a primeira coisa que faz é comprar
uma casa em Portugal, comprar carros de luxo, um para si, um para a
mulher e outro para a “casa dois”. E
logo a seguir, começa o vaivém Lisboa/Bissau/Lisboa, acompanhado não com a
esposa, mas com a “casa dois”.
É claro, não há regra sem
excepção. Há Guineenses diferentes,
esses que muito cedo se dedicam aos negócios, como os Fulas (Futa-Fulas) e os Saracolés.
Entre ser empresário e
ser director de uma das grandes empresas da nossa praça, o Guineense não pensaria duas vezes, porque sabe que a frente de uma
dessas empresas, em menos de dois anos “Ina
ruma si vida”, porque pode roubar i nada cana sai, Ina bai suma Mon di sal na iagu.
Ndeyssane Guiné-Bissau! Kil di nha Joana!
Por isso é que é preciso
apertar o controlo na gestão dessas empresas, para por cobro a gatunice, assim
muitos bons quadros, em vez de nelas permanecerem como assalariados, seriam
atraídos para o sector privado, através do auto-emprego, para conquistarem a
sua independência económica, a semelhança do que acontece com os jovens quadros
nos países anglófonos, onde só amontons cu ta bai tarbadja na Estado pá ricibi
salário di miséria.
Os “estrangeiros” não nos
empurraram a não fazer a boa gestão das empresas públicas, com destaque para a Guine
Telecom. Os “estrangeiros” não nos impediram de abrir boutiques nos bairros
e nem farmácias para a venda de medicamentos.
Onde está a culpa desses
“estrangeiros”?
Os países desses “estrangeiros” não fecharam as portas aos nossos empresários,
pelo menos a nível dos países membros da CEDEAO, aliás alguns dos nossos
empresários até tentaram penetrar nos noutros mercados, mas eta lestu di lati, e TIRA
Pé, quando a palavra de ordem e A PERSEVERANÇA.
E agora, a solução?
O governo a que o ministro
Artur Sanhá tem a honra de pertencer deve imediatamente pensar no emprego
jovem, mas não com retóricas, mas com acções concretas para tirar os
nossos jovens das “bancadas”, formá-los e lançá-los nos negócios, através da
criação de pequenas iniciativas.
É essa a solução. A
solução não deve passar pelo proteccionismo, porque é contraproducente, uma vez
que pode engendrar retaliações ou condenações das instâncias judiciais
comunitárias.
O pronunciamento do ministro
Artur Sanhá não tem nada de xenófobo, mas sim, exorta os jovens a se
aventurarem nos negócios, ideia apenas materializável com o envolvimento serio
do Governo.
Esta é a minha modesta
contribuição como jovem promissor yanick.
VIVA NO JUVENTUDE!
Sem comentários:
Enviar um comentário