Bissau, 13 mai 2019 (Lusa) - O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, anunciou hoje, em comunicado, ter iniciado o processo para o pagamento dos salários de abril aos funcionários públicos.
"O executivo já iniciou o processo de pagamento dos salários do mês de abril, cujos atrasos se devem a uma redução drástica das receitas e à morosidade na campanha de comercialização da castanha de caju, principal produto de receita através das tributações das operações de exportação", refere o primeiro-ministro guineense, no comunicado.
Os funcionários públicos guineenses ainda não tinham recebido o salário do mês de abril.
No comunicado, o Governo guineense lamenta os "atrasos ocorridos" e apela aos "atores implicados no processo da retomar da normalidade institucional a colaborarem na solução do bloqueio, que se tem refletido no exercício da ação governativa, sobretudo na arrecadação de receitas, e subsequentemente na vida dos funcionários públicos".
Aristides Gomes salienta que o Governo pagou regularmente o vencimento dos servidores públicos entre março de 2018 e março de 2019.
"Com o advento das eleições legislativas de março, o Governo entrou numa situação de gestão de défice orçamental, provocada pelas despesas ligadas ao escrutínio, pagamento dos atrasados e aumentos dos salários", sublinhou o primeiro-ministro guineense.
O chefe do Governo guineense esclareceu também que a "ausência de ajuda orçamental dos doadores tradicionais da Guiné-Bissau, bem como a demora na formação do Governo emergente das últimas eleições legislativas têm agravado o défice".
A Guiné-Bissau está a viver um novo impasse político dois meses depois de realizadas as eleições legislativas de 10 de março, o que tem condicionado a nomeação do futuro primeiro-ministro e a formação de um novo Governo.
Os deputados eleitos nas legislativas de 10 de março levaram mais de um mês a tomar posse, a 18 de abril, mas o início da X legislatura demonstrou logo as graves fraturas político-partidárias que existem no país com o impasse criado com a eleição para a mesa da Assembleia Nacional Popular.
Na sexta-feira, no final de uma missão técnica ao país, o Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que a situação orçamental da Guiné-Bissau estava sob stresse devido a despesas mais elevadas do que o previsto e que para reduzir o défice, garantir o pagamento de salários e outras obrigações, assim como estancar os aumentos da dívida pública, será necessário uma combinação abrangente de mobilização acrescida de receita, contenção da despesas e identificação de financiamento adicional.
Conosaba/Lusa
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