A China vai conceder um perdão da dívida à Guiné-Bissau na ordem dos 30 milhões de dólares, revelou hoje o primeiro-ministro guineense, Baciro Djá, após um breve encontro com o homólogo chinês, Li Keqiang, em Macau.
"O primeiro-ministro [chinês] anunciou o perdão da dívida que a Guiné-Bissau contraiu com a China", na ordem dos 30 milhões de dólares, e um donativo de mais de 15 a 20 milhões para a Guiné-Bissau", revelou Baciro Djá, aos jornalistas, manifestando-se "satisfeito" após o encontro, que descreveu como "caloroso e fraterno".
"A China sempre foi um país irmão e amigo da Guiné-Bissau", começou por realçar o primeiro-ministro guineense, para salientar que tal anúncio surge nessa base.
Já no âmbito do Fórum para Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa -- conhecido como Fórum Macau --, Baciro Djá destacou que "há vários projetos a ser assinados".
"É nesta perspetiva que nós entendemos que a nossa visita foi coroada de êxito e [que] é uma oportunidade de facto poder estar com o primeiro-ministro da China, uma potência mundial", sublinhou.
Além disso, existe a perspetiva também de a Guiné-Bissau poder oferecer à China, através do Fórum Macau, um mercado ao qual pertence: o da CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] que "tem mais de 300 milhões de habitantes".
"É uma oportunidade para a China também" de poder entrar no mercado CEDEAO e "a Guiné-Bissau pode ser uma ponte importante", argumentou o primeiro-ministro guineense, sublinhando que, ao mesmo tempo, "o fator língua é importante no investimento".
"Estamos satisfeitos e esta é a cooperação que carateriza a Guiné-Bissau e a China, e eu penso que é uma cooperação na base da solidariedade, de não-ingerência nos assuntos internos do outro país, respeitando a autodeterminação e independência dos povos", realçou.
Baciro Djá chefia uma delegação composta por 18 membros ao Fórum Macau, cuja V Conferência Ministerial, a de mais alto nível de sempre, decorre na terça e quarta-feira.
A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003.
No mesmo ano, criou o designado Fórum Macau, que tem um Secretariado Permanente e reúne ao nível ministerial de três em três anos.
A conferência ministerial do chamado Fórum Macau vai ter por base a iniciativa "Uma Faixa, Uma Rota", estando o foco apontado ao desenvolvimento, "de modo a promover as relações económicas e comerciais entre a China e os países de língua portuguesa".
"Uma Faixa, uma Rota" é a versão simplificada de "Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda para o Século XXI", o projeto de investimento impulsionado pela China para reforçar a sua posição como centro comercial e financeiro da Ásia.
No final da conferência ministerial vai ser assinado, como tem sido prática, o plano de ação para a cooperação económica e comercial para o próximo biénio (2017-2019).
Lusa/Conosaba
Sem comentários:
Enviar um comentário