Yahya Jammeh
A Gâmbia tentou, sem êxito, convencer o TPI a processar os países da União Europeia pela morte de migrantes africanos no Mediterrâneo, afirmou Sheriff Bojang, que revelou que o seu país ameaçou tomar medidas caso o pedido não fosse atendido.
“A partir deste dia, terça-feira, 24 de outubro, não somos mais membros do TPI e iniciámos o processo previsto no estatuto fundador [para abandonar o tribunal]”, indicou.
Numa mensagem transmitida na terça-feira pela televisão nacional e difundida nas redes sociais, o ministro acusou o TPI de “perseguição aos africanos, em particular aos seus dirigentes”, sublinhando que “pelo menos 30 países ocidentais cometeram crimes de guerra” desde a criação daquela instância sem que tenham sido processados.
A Gâmbia é um país anglófono com cerca de dois milhões de habitantes e é dirigido desde 1994 por Yahya Jammeh, que chegou ao poder através de um golpe de estado. Em 1996 foi eleito e depois sucessivamente reeleito.
O seu regime é acusado, por organizações não-governamentais (ONG) e pelos Estados Unidos da América (EUA), de ser responsável por desaparecimentos e de perseguição à imprensa e a defensores dos Direitos Humanos, críticas que Yahya Jammeh rejeita.
Na sexta-feira passada, ficou a saber-se que a África do Sul vai também abandonar o TPI, na sequência da divulgação de uma carta do Governo de Pretória enviada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Já no início deste mês, o Burundi disse que se retiraria do TPI, enquanto a Namíbia e o Quénia também levantaram essa possibilidade. Alguns governos africanos dizem que o TPI tem um preconceito pós-colonial contra os líderes da região.
© e-Global com Conosaba do Porto
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