A Greve geral desta quinta-feira contra o anteprojecto de reforma da lei laboral em Portugal está a atingir vários sectores e tem particular incidência nos sectores da Saúde, Educação e Transportes.
Na Educação, muitas escolas estão encerradas e os alunos sem aulas. Na Saúde, a funcionar com serviços mínimos, as consultas externas e cirurgias programadas foram canceladas. Nos Transportes, por exemplo, no aeroporto de Lisboa, mais de metade dos voos previstos foram cancelados, o Metro da capital não está a funcionar e há grandes constrangimentos nos comboios, bem como nos transportes rodoviários urbanos.
No sector privado a greve também tem impacto. Por exemplo, nas imediações de Setúbal, a Autoeuropa, fábrica da Volkswagen, que representa o maior investimento estrangeiro em Portugal, as linhas de produção ficaram paradas devido à greve.
Os sindicatos CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses) e UGT (União Geral dos Trabalhadores) confirmam uma elevada adesão à greve geral. Ao início da tarde, o secretário geral da CGTP, Tiago Oliveira, fez um balanço e revelou os valores da adesão.
"No Sector Público, na Saúde, na Educação, na Cultura, na Administração Local, com números que rondam os 80, 90, 100% de adesão. Portanto, é esta a verdadeira dimensão da greve geral", disse o sindicalista.
Por seu lado, Governo tem uma perspectiva completamente diferente. Ao afirmar que a greve está a ter uma adesão inexpressiva, diz que o país escolheu trabalhar, em particular no sector privado e social.
A greve geral contra o anteprojecto do Governo de reforma da legislação laboral é a primeira paralisação a juntar as duas centrais sindicais, CGTP e UGT, desde Junho de 2013, quando Portugal estava sob intervenção da 'troika'.
Os sindicatos afirmam que esta é uma uma greve geral por mais salário, mais direitos e mais serviços públicos, e que é também uma forma de luta contra os despedimentos sem justa causa, contra a imposição do banco de horas, contra a destruição da contratação colectiva, contra os ataques aos direitos de maternidade e paternidade, contra a precariedade e pela defesa do direito à greve e liberdade sindical.
Para esta sexta-feira, 12 de Dezembro, vários sindicatos independentes da Função Pública aproveitaram para marcar um segundo dia de paralisação, o que pode condicionar os serviços em Hospitais, escolas, repartições de finanças ou de recolha de lixo.
Por: Luís Guita
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