terça-feira, 17 de outubro de 2023

FAO E GOVERNO VÃO INSTALAR PERÍMETRO HORTÍCOLA DE 8 HECTARES NO SETOR DE BULA EM 2023

O encarregado do Programa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura na Guiné-Bissau (FAO), Mário dos Reis, garantiu esta segunda-feira, 16 de outubro de 2023, que, se tudo correr como previsto, a FAO e o governo vão instalar um grande perímetro hortícola de 8 hectares no setor de Bula ainda este ano, que será o maior e mais moderno perímetro hortícola irrigado na Guiné-Bissau.

Mário dos Reis falava na cerimónia da celebração do dia Mundial da Alimentação na Guiné-Bissau, organizada pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO) e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), sob lema “A água dá vida, a Água nutre, não deixar ninguém para trás”, realizada na tabanca de N´Tatlai, setor de Bula, região de Cacheu, norte do país.

Mário dos Reis disse que neste momento, a FAO promove o relacionamento da aquacultura no país, trabalhando com outros parceiros e produtores de arroz para reintroduzir a antiga prática de rizipiscicultura nas bolanhas. Sublinhou que atualmente 2.4 mil milhões de pessoas vivem em países que enfrentam o desafio da escassez da água, apenas 2.5 porcento da água existente no planeta é doce.

O Secretário Geral do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Malam Cassamá, informou que se estima que a Guiné-Bissau disponha de 14 biliões de metros cúbicos de água de maneira que o setor terciário, agricultura e pesca, constituem a espinha dorsal da economia nacional, que representa 69 porcento do Produto Interno Bruto nacional (PIB).

Adiantou que a agricultura guineense se assenta em substâncias, nomeadamente, arroz, feijão, mancarra, milho, batata doce e legumes.
O responsável do ministério da agricultura e desenvolvimento rural disse que o arroz é um dos cereais mais cultivados no país, representando aproximadamente 80 porcento da produção, mas limitado por vários fatores:a falta de acesso a crédito bancário, das infraestruturas agrárias , baixo nível em termos de tecnologia para a prática agrícola. Tudo isso acaba por criar um baixo rendimento e uma baixa produtividade.

Por sua vez, o governador da Região de Cacheu, Lourenço Gomes, disse que “a água é um elemento essencial à vida, uma dádiva da natureza que muitas vezes esquecemos de valorizar “.

Defendeu que diante dos desafios da escassez hídrica e segurança alimentar, é necessário reconhecer a importância da conservação e do acesso igualitário “a esse recurso tão precioso na região”, adiantando que várias populações da região dependem da agricultura e da pecuária para a sua subsistência.

“O país precisa trabalhar para ampliar o acesso à água potável, promover a capacitação dos agricultores locais para as práticas sustentáveis de irrigação, incentivar o uso consciente daquele recurso nas atividades diárias e garantir que ninguém seja deixado para trás, rumo à segurança alimentar”, aconselhou.

Em representação dos populares da Ntatlai, Sabino Manuel da Costa assegurou que os populares daquela zona vão continuar a trabalhar no setor agrícola, porque “não têm outra atividade a realizar para sobreviver”.

“Precisam de apoio do governo guineense e das organizações que atuam nessa área para a recuperação das bolanhas que neste momento estão danificadas pela água salgada”, indicou.

De acordo com uma nota a que o jornal O Democrata teve acesso, o rápido crescimento populacional, a urbanização, o desenvolvimento económico e as alterações climáticas estão a colocar os recursos hídricos do planeta sob uma pressão cada vez maior e ao mesmo tempo, os recursos de água doce por pessoa diminuíram em 20 por cento nas últimas décadas.

Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb

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