O Presidente da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA), Adalberto da Costa Júnior, considerou “pior” a situação sócio-política e económica de Angola com a liderança do MPLA e disse que os angolanos vivem em condições muito piores, porque a crise económica aprofundou-se mais com atual liderança política em Angola.
Adalberto da Costa Júnior falava esta sexta-feira, 30 de abril de 2021, à saída da audiência com o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, no quadro da visita de vinte e quatro horas à Guiné-Bissau dedicada à partilha de opiniões políticas.
O líder da oposição em Angola mostrou-se desiludido com o não cumprimento das promessas feitas pela atual liderança do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), em várias ocasiões discursos, segundo as quais lutaria contra a impunidade e a corrupção, mas que não chegou a cumprir nenhuma dessas promessas.
“Nós acompanhamos um ciclo de mutação de liderança em Angola, que surgiu com discursos sobre reformas, combate à impunidade, à corrupção, e após três anos a decepção foi grande”, afirmou.
Adalberto da Costa explicou aos jornalistas que a visita aos diferentes países Africanos e Europeus decorre no âmbito de apoio político, tendo em conta o lento processo de democratização no seu país, o que, para o político angolano, tem adiado a concretização de sonhos.
Para o líder da UNITA, a Covid-19 não pode ser motivo para a não realização das eleições justificadas pelo governo Angolano, porque “Covid-19 afetou a economia de quase todo o mundo, mas mesmo assim há países que conseguiram realizar suas eleições”, dando exemplo de Cabo-Verde e de Namíbia.
Contudo, disse que há uma “grande expetativa” para eleições gerais em Angola previstas para 2022, apesar de o governo venha a não respeitar objetivos estratégicos institucionais no tempo previsto pela constituição angolana.
O líder da oposição angolana anunciou que seu partido quer fazer alterações na atual realidade, com “propostas fortíssimas” para alternância por via democrática. Enfatizou que o seu partido tem abraçado a democracia plural dentro do próprio partido e que foi isso que tem criado dificuldades à sua instituição partidária. Porém, garantiu que a direção está a trabalhar para formação de uma frente ampla democrática para alternância do poder em 2022.
Relativamente à revisão da Constituição de Angola, o líder da UNITA disse que ninguém propõe uma revisão constitucional em pré-campanha eleitoral, porque “quando já se está na corrida eleitoral, não se mudam as regras”.
Disse que seu partido tinha proposto a revisão constitucional, mas o Presidente João Lourenço não só não aceitou como também não se mostrou disponível porque também essa proposta não partiu do consenso, “foi uma iniciativa tardia e fechada”.
A proposta da revisão feita pela UNITA espelhava a despartidarização do Estado angolano e adaptá-la à realidade angolana”, indicou e pediu a presença dos observadores internacionais nas próximas eleições-gerais de Angola, de forma a garantir a sua transparência. Contudo, disse que o povo angolano “está mais preparado e exigente”.
Por: Epifânia Mendonça
Conosaba/odemocratagb
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