Os membros da comissão política do Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau deram hoje um voto de confiança ao líder daquela formação, Alberto Nambeia, contestado por um grupo de dirigentes que o responsabilizam pela derrota nas eleições legislativas.
Reunidos desde sábado na localidade de Uaque, a cerca de 60 quilómetros de Bissau, os membros da comissão política do PRS estiveram até hoje a analisar os motivos pelos quais o partido desceu de 41 para 21 mandatos em duas eleições legislativas, tendo em conta a votação do mês passado.
O grupo, que integra, entre outros, o ex-ministro Fernando Correia Landim, ameaça avançar para a Justiça caso a direção do PRS não coloque o lugar à disposição dos militantes.
Os 145 dos 189 membros que assistiram à reunião da comissão política reforçaram a confiança em Alberto Nambeia, ilibando a direção do partido de responsabilidades pela derrota eleitoral.
A diretoria da campanha e a própria direção do partido apresentaram aos conselheiros um relatório que espelhou todo processo eleitoral, destacando as falhas desde o recenseamento até à votação, com intenção de beneficiar alguns partidos, sublinha o documento.
No final dos trabalhos, os 145 membros presentes da comissão política, num universo total de 189, aprovaram por unanimidade uma moção de confiança à direção, liderada por Alberto Nambeia.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) venceu as legislativas de 10 de março com 47 dos 102 lugares no próximo parlamento, a ser investido no dia 18 deste mês.
O Movimento para Alternância Democrática (Madem G-15) ficou em segundo lugar, com 27 mandatos, seguindo-se o PRS, com 21 deputados.
A Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU/PDGB), obteve cinco lugares, o Partido da Nova Democracia (PND) e a União para Mudança (UM), ficaram um deputado cada.
A APU/PDGB, a UM e o PND têm um entendimento com o PAIGC a partir do qual vão formar governo, tendo uma base parlamentar de 54 deputados.
Um grupo de dirigentes do partido, liderado pelo antigo presidente Sori Djaló, exigiu a demissão de Alberto Nambeia e de todos os membros da sua direção, considerando-os responsáveis "pela vergonhosa derrota" nas eleições de 10 de março.
O PRS baixou de segundo para terceiro lugar no parlamento guineense, uma situação que os contestatários de Alberto Nambeia consideram como inaceitável.
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