O Governo da Guiné-Bissau vai investigar os distúrbios hoje registados em Bissau, depois de várias organizações da sociedade civil, a polícia e os estudantes terem denunciado a existência de infiltrados que provocaram os atos de vandalismo.
"São aspetos que irão ser investigados, porque nós queremos de facto que a verdade seja feita sobre esta situação. Efetivamente nunca uma manifestação atingiu uma situação tão complicada e tão grave como esta e sentimos que houve um aproveitamento daquilo que foi uma manifestação pacífica dos jovens", afirmou o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares, Agnelo Regala.
Agnelo Regala falava aos jornalistas no Hospital Nacional Simão Mendes, onde se deslocou para ser informado sobre o número de feridos que os distúrbios de hoje provocaram e visitar os que estavam internados.
"Ontem [quinta-feira] os jovens manifestaram-se, dificultaram o trânsito, mas não houve qualquer incidente, mas como a manifestação se repetiu tivemos também a sensação de que alguém se terá aproveitado para se infiltrar nesta situação, neste contexto, e criar toda esta perturbação que aconteceu", afirmou.
Segundo Agnelo Regala, o Governo falou durante o dia com os jovens que decidiram acabar com o protesto, mas "continuo o vandalismo por outros elementos que não estavam envolvidos no protesto organizado".
"As investigações vão prosseguir, as pessoas vão ser identificadas", disse.
O ministro guineense recordou também que a Guiné-Bissau vive "um contexto que é muito complexo" devido à proximidade das eleições legislativas, marcadas para 10 de março, e da campanha eleitoral, que arranca a 16 de fevereiro.
"Estamos próximos das eleições, há muita contestação, há muita gente que talvez não esteja interessada que as eleições ocorram a 10 de março, mas eu penso que o objetivo deste Governo é de cumprir com o que foi agendado internamente e com a comunidade internacional da realização de eleições a 10 de março, imperativamente", sublinhou.
O ministro salientou também que o povo da Guiné-Bissau é o "único soberano" e o 10 de março vai decidir "em definitivo quem vai escolher".
Conosaba/Lusa
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