O Bastonário da Ordem dos Jornalistas, António Nhaga, considera de triste e lamentável as ameaças do administrador do sector de Mansaba, região de Oio, norte do país, Nhalim Sano, sobre a prisão dos jornalistas locais que enviarem reportagens para Bissau sem o seu consentimento. As intimidações foram feitas, na última sexta-feira (06), em Mansaba
Numa entrevista exclusiva á Rádio Sol Mansi (RSM), António Nhaga lembra que o administrador não tem competência de controlar as notícias de um jornalista ou correspondente.
“O administrador não sabe os limites do seu poder. Mas lembro ao administrador que nem o presidente José Mário Vaz tem o poder de controlar o texto de um jornalista. Esperamos que ele não repita estas declarações porque existem leis na república”, diz.
“Se ele continuar com estas declarações iremos percorrer vários caminhos e iremos informar a comunidade internacional que existe um administrador guineense que pretende ser o editor chefe de todos os órgãos na Guiné”, alerta.
Para António Nhaga facto de um correspondente ou jornalista enviar uma peça de notícia que relata as reclamações de um grupo de pessoas sobre o cumprimento de uma promessa feita por parte de um político, “não é razão suficiente para um administrador tomar esta posição”.
Por isso, segundo o bastonário, o ministro da administração territorial do governo demitido, deve informar o seu administrador dos limites da sua competência e principalmente das leis existentes na república.
“Pensamos que Nhalim Sano irá também impedir as pessoas de exigirem o cumprimento dos trabalhos dos deputados eleitos no círculo. Ele deve saber que existe orçamento participativo. Cada cidadão deve ter voz para exigir a construção das estadas e das escolas porque é um direitos de todos”, lembra.
Entretanto, o facto também mereceu a reacção do Sindicato Nacional dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social (SINJOTECS) que condena “com toda a força” a atitude do administrador do sector di Mansaba.
A condenação veio expressa em nota de imprensa, que a RSM tem acesso. Na nota a organização sindical diz que as declarações atentam “gravemente” contra a liberdade da imprensa.
No entanto, exorta governo para accionar mecanismos para adequar a actuação do seu representante administrativo no limite das leis consagradas na constituição e das demais leis da república.
Aos jornalistas e profissionais da comunicação social, o sindicato exorta a observância da ética e do código deontológico que rege a actividade profissional e por isso devem trabalhar sem medo das ameaças e intimidações.
O administrador do sector de Mansaba, Nhalim Sano, ameaçou, na sexta-feira passada, colocar na cadeia qualquer jornalista ou correspondente das rádios do sector que enviar uma peça de notícia sem a sua aprovação.
Nhalim defende controlo na informação na prossecução das acusações que Botche Cande está a ser alvo no sector.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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