terça-feira, 11 de março de 2014

PM CABO-VERDIANO QUER TODOS A PROJECTAR UM CABO VERDE MODERNO


José Maria Neves apresenta ideias para transformar arquipélago até 2030 e convida oposição e sociedade civil a contribuir


O Primeiro-ministro cabo-verdiano apresentou esta segunda-feira as principais ideias para transformar Cabo Verde num país moderno até 2030 e pediu a colaboração de todos para ajudarem na construção de uma visão de futuro consistente.  
  
Numa conferência de imprensa, José Maria Neves indicou que a colaboração de todos será "imprescindível" para que se possa realizar o II Fórum Nacional  para a Transformação, previsto para 14 a 16 de maio próximo, na Cidade da Praia, que dará sequência ao realizado em abril de 2003. "A Nação precisa de uma visão de futuro para que não se navegue à vista. O fórum questionará o que queremos ser daqui a 16 anos, o que deveremos fazer até lá, quais os recursos humanos, materiais e institucionais que  precisaremos, como acelerar o ritmo de transformação e que parcerias devem ser estabelecidas".  
  
Num balanço aos 10 anos decorridos desde 2003, José Maria Neves admitiu que há ainda muito a fazer, mas sublinhou que o Cabo Verde de hoje é "substancialmente  diferente" de há uma década atrás, e recusou a ideia de que o projetar do futuro do país seja uma forma de o PAICV se perpetuar no poder, onde se encontra desde 2001. "Se, em 2016 (data das eleições legislativas), o PAICV não continuar no poder, o Governo que vier a seguir terá já definida uma proposta para continuar a desenvolver Cabo Verde", disse José Maria Neves, que irá abandonar a liderança do partido no final deste ano, mantendo-se como chefe do executivo até ao fim da legislatura. 

No balanço, o Primeiro-ministro cabo-verdiano lembrou que, em 2003, ficou definida uma estratégia para a transformação de Cabo Verde, consubstanciada na construção de infraestruturas - portos, aeroportos e estradas - e em reformas nas áreas económica, financeira, educação, saúde e social. "A base económica continua a expandir-se na qualidade de uma emergente economia de serviços, em que 79% do PIB é proveniente dos Serviços, o que  qualifica Cabo Verde para se tornar uma plataforma de serviços a nível mundial", defendeu, garantindo que a evolução do país permitirá cumprir, em 2015, os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milénio definidos pelas Nações  Unidas em 2000. No entanto, admitiu que Cabo Verde ainda tem um elevado nível de pobreza para o estado a que chegou, mesmo tendo baixado, em 10 anos, de 37% para  23%, e que a taxa de desemprego está elevada (16,7%). "Dez anos depois, chegados onde chegamos, é tempo de revisitarmos o que foi feito, identificarmos as correções a introduzir, as inflexões a fazer e, com base nisso, traçar noivos rumos para a Nação".  
  
Lembrando a crise internacional e a vulnerabilidade do país aos choques externos, José Maria Neves indicou que a melhor forma de contornar a situação num Estado que acedeu, em 2008, a País de Rendimento Médio (PRM), "mas baixo", é diversificar as relações bilaterais e multilaterais. Daí a necessidade, prosseguiu, de o país ter de manter os atuais parceiros, mas também de alargar a outros mercados, como os da África Ocidental, África, Ásia, América do Norte e do Sul ("queremos uma parceria estratégica com o Mercosul"), Golfo Pérsico. "Continuar a transformar o país exige uma aposta crucial na inovação e no conhecimento, Há que desenvolver uma energia verde, para um crescimento sustentável e para a redução da dependência do exterior. É tudo isso o II  Fórum: chegar a uma visão consensual do futuro para esboçar uma Agenda Transformacional para 2030, mobilizadora de toda a Nação".

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