Um
voo da TAP partirá de Lisboa no sábado. Em Dakar, os passageiros serão
transferidos para um aparelho da Air Senegal, que os deixará em Bissau no
domingo de madrugada. Nesse mesmo dia, haverá um voo de regresso. Se o problema
se estender, a TAP contratará mais serviços deste género.
“O
que aconteceu não ajudou ninguém e muito menos a Guiné”, reconheceu Delfim da Silva.
“Estamos numa situação delicada e queremos compor as relações com todos os
países”, disse ainda, acrescentando que os funcionários do aeroporto de Bissau
“podem falhar e ser até vulneráveis a algumas situações”.
Teme-se,
na Guiné-Bissau, que haja consequência em Bruxelas. Michele Cerccone, porta-voz
da comissária que trata da política de asilo, lembrou esta quinta-feira haver
dois aspectos a ter em conta: “Por um lado, a legislação da UE que se aplica
aos pedidos de asilo”; por outro, “a forma como estas pessoas entraram em
Portugal”. Sobre este último aspecto, pediria ao Serviço Europeu de Acção
Externa que se pronunciasse já que em jogo estão as relações entre um país da
UE e um país terceiro. Outro porta-voz, Oivier Bailly, adiantou que mais tarde
apresentariam uma posição “mais consolidada”. “Obviamente, trata-se de uma
situação sem precedentes.” Ao que o PÚBLICO apurou, o Serviço Europeu de Acção
Externa deverá abster-se.
Confrontado
com esta movimentação, Delfim da Silva reconhece que o embarque forçado
constitui “um episódio muito grave e lamentável”. Apesar de tudo, diz que não
passou de uma “ninharia”, se comparado com outros episódios como o dos africanos
a morrer às portas da Europa.
Os
74 cidadãos estrangeiros, que formam diversas famílias, requereram o estatuto
de asilo político a Portugal. O processo pode arrastar-se uns dois meses. O SEF
começou nesta quinta-feira a ouvir os 51 adultos e dos 23 menores, que estão
alojados em instalações cedidas pela Segurança Social. Como traziam passaportes
contrafeitos, as autoridades terão de documentar as suas verdadeiras
identidades.
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