segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Produtores de melancia pedem melhoria de condições das estradas

A campanha de comercialização de melancia que decorre todos os anos entre os meses de agosto a Dezembro mobiliza mais de dois bilhões de francos cfa.

A fileira de melancia que começa pelos produtores, intermediários, grossistas, alugueres de camiões e até retalhistas (vendedeiras) vivem desse dinheiro sem contar com grande importância para a saúde.

A região de Gabu é campeã na produção de melancia, a nível do país e as regiões do litoral, Biombo, Bolama Bijagós e Quinara são as que menos produzem essa fruta considerada como estimulante sexual.

Os produtores queixam todos os anos das más condições de estradas para o escoamento desse produto do interior à capital Bissau.

Os produtores de melancia, e os intermediários, vendedores em grosso, lançam um grito de socorro ao Governo, em particular o Ministério das Obras Públicas, no sentido de melhorar as vias rodoviárias nas regiões do país, no sentido de facilitarem o escoamento dos seus produtos à capital Bissau, para revenderem.

Durante o percurso de longa viagem para diferentes partes do país, nomeadamente as zonas Norte Mansaba, Farim, Leste, Gabu, Paunca, Pitche, Pirada, Cossé, Bafatá, Fajonquito e Cuntobuel, e muito difícil a evacuação dos produtos para Bissau. Porque a maioria das estradas encontra-se em estados avançados de degradação que não permite uma boa circulação dos veículos. A difícil circulação reflete negativamente nos seus rendimentos, porque os proprietários dos carros cobram muito altos as taxas de deslocamento dos veículos.

Origem e importância medicinal da melancia

A melancia e uma planta rasteira de Família cucurbitácea e o seu fruto trata-se de uma trepadeira originária da África. A produção é anual com folhas triangular englobadas as folhas pequenas e amarelas gerando um fruto arredondado alongado com a polpa vermelha, suculenta e doce com alto teor de água (com cerca de 92%), e diâmetro variável entre 25 e 140 cm. A casca é verde e lustrosa apresentando estrias escuras. A maioria das variedades tem polpa vermelha mas há também variedades laranja, verde, amarela, e branca de espécies. A fruta contém Magnésio, e Potássio, que são minerais que reduzem a pressão arterial. A melancia, também contém a citrina, um aminoácido que aumenta os níveis de óxido nítrico, no organismo e ajuda a expandir os vasos sanguíneos. A sua presença contribui para controlar o colesterol ruim do organismo. A melancia também é conhecida como estimulante sexual natural. Ela é rica em citrina uma substância que aumenta o óxido nítrico que faz a vasodilatação melhorando a ereção do sistema imunológica, agindo diretamente no aumento da resistência do organismo, combatendo diversas infeções, e também melhorando a flora intestinal.

O jornal Nô Pintcha percorreu a cidade de Bissau para auscultar aos vendedores em grosso de melancia e eis as respostas:

Idrissa Baldé

Idrissa Baldé é produtor ao mesmo tempo revendedor disse que para fazer uma comparação em relação ao ano passado, este ano a campanha da melancia, correu muito mal, porque antes faziam acordos de parceira com os produtores de forma a facilitar o negócio. “Os retalhistas e grossistas tomavam quantidade enorme de melancia a título de empréstimo junto dos produtores e alguns não devolviam o dinheiro”, disse. O combinado era revender o produto e depois devolver o dinheiro ao dono da melancia”, disse. Idrissa Baldé lamenta a falta de colaboração de alguns colegas no que diz respeito ao cumprimento do acordado. Segundo ele alguns compradores que não pagam as suas dívidas com os produtores regressam às suas tabancas por não possuírem mais dinheiro para continuar o negócio. Para ele essa situação complicou a campanha de comercialização de melancia que este ano ficou bastante fraco e desmotivou-os bastante porque faziam quotizações a partir desse dinheiro que juntavam. Cada vez um tomava numa rodada e conseguiam pagar às dívidas juntos dos produtores, sem problemas.

Lamine Quebé

Por seu torno, Lamine Quebé, afirmou que vive da agricultura e ao mesmo tempo comprador a grosso de melancia para revenda. Quebé lamenta como preocupação a má condição das estradas. Para ele as rodovias não facilitam uma boa evacuação dos produtos do interior para Bissau. Perante essa dificuldade, Quebé adianta que no escoamento do produto os donos dos carros aumentam os preços que não são nada encorajadores. Para alugar um carro de transporte de melancia para Bissau os prejuízos são enormes. Por exemplo, um camião de quinze toneladas aluga-se ao valor de duzentos e cinquenta mil francos. um camião médio, Canter de 10 toneladas pedem cento e cinquenta mil francos no máximo e no mínimo cento e dez. Lamentou Lamine Quebé, o produtor disse ainda que as vezes depararam-se com enormes dificuldades no caminho porque passam entre dois e três dias nas matas dormem de baixos dos camião ou dentro dos camiões empoleirados entre as melancias, com frio, sem mosquiteiros, para prevenirem da doença.

Segundo ele nesse difícil e longa caminhada que percorrem para chegar a Bissau, no final da campanha com pouco rendimento, bastante risório, péssimo. Esse trabalho colossal e falta de lucro desencoraja até aos mais temidos para continuar o negócio.

“Esse trabalho é muito duro e complicado”, confessou. Afirmou que alguns dos seus colegas desistiram do trabalho, porque é uma tarefa muito árdua e sem rendimento. Mas, contudo, mostrou-se muito claro que não podem ficar de braços cruzados sem fazer nada ainda e por isso continuam ainda nesse negócio. Porque, esclarece, a partir desse trabalho que sobrevivo com a minha família e tenho muitas despesas para pagar no final do mês nomeadamente a renda da casa, escola dos filhos a saúde etc. Tendo lançado um grito de socorro aos governantes no sentido de ajudarem na construção das estradas de forma a permitirem um trabalho mais fácil e minimizar os custos de aluguer de camiões porque essa é maior dificuldade que têm na campanha de comercialização de melancia. “As vezes o camião ou Canter alugado avaria no caminho e nessa situação são obrigados a custearem a reparação do veículo alugado sob pena de ficarem na mata sem saída e nem solução. Os proprietários só querem os seus carros de volta sem olhar pelos prejuízos para baixar as taxas de forma a facilitar o trabalho. Também solicitou às autoridades camarárias, no sentido de deixarem as mulheres vendedeiras de melancia na avenida dos combatentes da liberdade da pátria frente a bomba de combustível petromar e ao largo da estrada que liga ao bairro de Quelele, frente ao hotel Ledger. Para essas senhoras a revenda de melancia são a maior fonte de rendimento e a maioria delas honram seus compromissos com os intermediários

Adiatu Baldé

A mulher de olhos castanhos, de cor clara e simpática, Adiatu Baldé, falando de uma forma simpática, moradora de Bairro de Gabu zinho, disse que há muito tempo deixou vive sem teto e sem nada por isso está nessa corrida de todos os dias para conseguir pagar a renda da casa no valor de sete mil e quinhentos francos por mês através de abotas do dinheiro de cada dia 500 francos cfa também o outro de 2500 com esses dinheiro que consegue pagar a escola, alimentação, vestuário e materiais da escola para os filhos sem esperar nada de ninguém.

Aquela viúva, mãe de cinco filhos, dois rapazes e três raparigas explicou que as vezes os amigos do seu falecido marido que lhe apoiam no pagamento das propinas dos mais pequenos.

“Hoje em dia as mulheres lutam pela sobrevivência da família. “Nós, mulheres da mesma trincheira, temos um papel muito importante na educação dos nossos filhos, levantamo-nos todos os dias às cinco horas de manhã, a andar nas ruas de cidade de Bissau e só voltamos à casa às dezanove ou dezoito horas, todos os dias”, explicou.

Aquela mulher lamentou que as situações das mulheres são difíceis e complicado”, disse. Acrescentou que muitas mulheres foram vítimas de violação sexual por parte dos bandidos e assaltantes no meio das ruas.

Adiatu Baldé aproveitou a ocasião para apelar ao Governo, em particular ao ministro do Estado e do Interior, no sentido de pôr cobro a situação dos assaltos e fazer com que as mulheres continuem a praticar as suas atividades comerciais, em prol do sustento dos seus filhos e não só, assim também, no desenvolvimento do país.

Aissatu Mané, mulata de olhos grande e castanho, moradora de bairro Militar disse que é casado, mãe de três filhos, um rapaz e duas meninas. Disse que começou a vender a melancia há quatro anos mas com a aquele pequeno negócio conseguiu comprar uma cama de madeira que lhe custou cento e vinte mil francos cfa e espuma casado de vinte centímetro no valor de noventa mil francos e um armário de quarto no setenta mil francos tudo no pequenos lucro diários que consegue arrecadar na abota de cada dia 1000 mil francos por cada mulher são num total de 10 dez mulheres cinco dia uma pessoa toma 100 cem mil francos.

Assim pouco a pouco conseguiu arranjar muitas coisas para a casa nomeadamente cadeiras, plásticas, matérias de cozinha cobertores de cama e muitos outros durante esse quatro ano de trabalho. Para ela, por enquanto, tudo está a correr bem porque consegue vender muito bem e pagar as abotas e ficar ainda com lucro.

Aliás lembrou que a única diferença com os colegas é que partilha a despesa casa com marido, por isso, conseguiu arrecadar os valores acima mencionadas. A renda da casa o marido paga dar de comer aos filhos as vezes contribui.

Jaquilina Santos Moreira
Conosaba/jornalnopintcha

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