segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

“Acelerar o investimento para pôr fim à MGF”


O presidente do Comité para o Abandono de Práticas Nefastas à Saúde da Mulher e Criança afirmou que é necessário reforçar as sinergias, intensificar engajamentos e consolidar mecanismos de respostas como a forma de fazer face aos novos desafios e lutas para pôr fim a mutilação genital feminina no país.

Marliatu Djaló Condé falava, no último fim de semana, em conferência de imprensa antecipada, alusiva a 6 de Fevereiro, Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina (MGF), este ano subordinado ao lema: “acelerar investimentos para pôr fim à MGF”.

Disse que a mutilação genital feminina é uma prática que envolve a alteração ou lesão da genital feminina por razões não médicas e é reconhecida internacionalmente como uma violação dos direitos humanos.

Segundo Marliatu Condé, os dados da MGF são elevados e continuam a constituir a preocupação do Comité, que tem realizado ações sucessivas em diferentes regiões do país, nomeadamente no Leste, em que a população de 15 a 49 anos é de 98,5 por cento das meninas excisadas.

Em Gabu, a prevalência na faixa estaria de 0 aos 14 anos é de 73,2 por cento, sendo que na região de Bafatá, no mesmo grupo a taxa das vítimas é de 40,6 por cento.

Já no que se refere às mulheres da região de Gabu de entre 15 e 49 anos, as mesmas representam 86,9 por cento, que tem o maior índice de prevalência no aumento de casos da MGF, a par da região de Quinara em que se situa na ordem do 58,5 por cento.

Enquanto isso, a região de Oio apresenta, em meninas de 0 a 14 anos, uma taxa de 13,4 porcento e nas mulheres de 15 aos 49 anos, está na ordem de 55,2 pontos percentuais.

Neste sentido, Condé pediu as atores da lei no país a darem a prioridade à problemática da MGF, exortando aos pais das crianças excisadas e os técnicos de saúde a serem vigilantes e que denunciem essa prática. Na opinião de Marliatu Condé, “cada um de nós tem um papel nessa luta”

O dia foi instituído pelas Nações Unidas em 2012, através da Resolução 67/146 em 201. A mutilação genital feminina foi também incluída nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, nomeadamente do seu ponto 5.3, que apela à eliminação de todas as práticas nocivas à mulher.

Adelina Pereira de Barros
Conosaba/jornalnopintcha

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