Na região de Bafatá 1.359 crianças estão nas barracas de circuncisão em pleno ano letivo. Esta situação preocupa as organizações da sociedade civil e o poder local que pedem a intervenção das autoridades.
Os dados foram revelados, hoje, pelo presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil da região de Bafatá, Braima Daramé, a margem de um encontro regional promovido para estudar estratégia com vista a acabar com esta prática que tem afetado a vida das crianças.
Daramé disse que para colmatar esta situação estão agendadas várias operações que brevemente serão executadas em diferentes “barracas de circuncisão” da região de Bafatá, leste do país.
“Este dado continua a preocupar-nos. Dentro de dias iremos efetuar operações nas diferentes barracas, mas antes estão a promover ações de sensibilização para mudança de mentalidade tendo em conta as consequências desta situação”, explica.
Nos últimos 3 anos esta situação piorou-se e quase nada está a ser feito para mudar esta prática. Além de Bafatá, esta situação acontece em maioria das pares do país, e principalmente no interior.
Diante desta situação, o representante do poder tradicional da região de Bafatá insta os políticos guineenses a não se imiscuírem na tomada de decisão da situação do género.
O poder tradicional pede ainda a aplicação efetiva das leis para fazer face à situação.
Um apelo foi deixado à comunidade da região de Bafatá a evitarem de proceder as circuncisão nas matas porque isso tem adiado o futuro das crianças e isso abre incidentes que depois são incontornáveis.
O poder tradicional, segundo o seu representante, poderia várias vezes tomar a decisão acertada para fazer face à situação, mas existem interferências do poder político que coloca todo o esforço por água-a-baixo. Neste momento, quase mil e quinhentas crianças estão fora da escola e isso coloca em risco o seu futuro.
Na Guiné-Bissau existe a cultura da circuncisão efetuadas nas matas do país onde as crianças, jovens ou homens são levadas para praticas também de sensibilização sobre a convivência social e de lá ganham um novo estatuto social e familiar. A prática dura de 1 a 3 meses.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Iaia Quadé/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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