O candidato à liderança do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Mário Dias Sami, afirmou esta quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022, que a crise interna no partido está a tornar-se cada vez mais acentuada.
Dias Sami, um dos militantes críticos à liderança de Domingos Simões Pereira, alertou que tal crise está “fatalmente” a engendrar “consequências imprevisíveis” capazes de conduzir o partido ao abismo.
Para Mário Dias Sami, as “lutas intestinais” no seio do partido têm gerado “atrocidades, perseguições, calúnias e atitudes ignóbeis”, que, na sua tese, devem ser travadas a tempo para poder transformar, redinamizar e reunificar a família do PAIGC.
Sami fez essa chamada de atenção na sua residência em Bissau, para anunciar a sua intenção de concorrer à liderança do PAIGC, no X° Congresso Ordinário do partido, remarcado para março do ano em curso.
O dirigente político disse que a razão da sua candidatura visa a refundação e edificação de um Estado “genuinamente democrático” e robusto, onde reinará a paz, justiça social, respeito à vontade popular e a reafirmação dos valores da pátria.
“O nosso glorioso partido, o PAIGC deve continuar a aprofundar a seleção rigorosa dos seus dirigentes. Há camaradas que se enveredaram pela via do aburguesamento, relegando para o último lugar os interesses coletivos. Ninguém está disposto a suicidar-se e a dedicar-se inteiramente à causa do partido, dando a sua energia, inteligência, capacidades técnico-profissionais para elevar bem alto o nome do partido”.
O político frisou que, ao invés de uma militância digna, a corrida para entrar nas fileiras do PAIGC tem sido alicerçada em interesses pessoais e em “egoísmo desenfreado”.
O ex-deputado da nação garantiu que com a sua liderança nada jamais abalará o PAIGC, nem a força das armas, nem atos ditatoriais de um homem ou grupo de indivíduos impedirão os libertadores governar, se “ o povo decidir expressar essas vontades nas urnas, de forma democrática e ordeira”.
Mário Dias Sami sublinhou que a atuais autoridades no poder só lhes resta uma única saída, que é a convocação das eleições gerais simultâneas [legislativas e presidenciais], em novembro de 2022, conforme “consubstanciado na carta magna da República que é a Constituição da República”.
Neste sentido, defendeu que ninguém pode governar, representar e dirigir o povo sem vontade expressa por ele nas urnas.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb
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