Bissau, 18 Fev 22 (ANG) – O Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas (CEMGFA), ordenou hoje a detenção dos militares que alegadamente se envolveram na tentativa de golpe de Estado, ocorrido no passado dia 01 de Fevereiro, e que se traduziu num ataque ao Palácio do Governo onde decorria um Conselho de Ministros Extraordinário, presidido pelo Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló.
Biague Na Ntan deu essa ordem numa reunião com chefias militares, na qual reiterou que a sua missão e compromisso com o povo guineense e a comunidade internacional enquanto Chefe de Estado-maior General das Forças Armadas (CEMGFA), é fazer respeitar a Constituição da República da Guiné-Bissau, e criar melhores condições nos quarteis.
“A partir de hoje todos os Comandantes de zonas militares, assim como de Batalhão têm uma missão fundamental de cumprir com as ordens e Directivas de Chefe de Estado Maior que é de procurar os envolvidos no falhado golpe de Estado e capturá-los”, disse CEMGFA.
Disse que durante seis anos os militares cumpriram as leis plasmadas na Constituição da República da Guiné-Bissau. E diz que estão todos envergonhados, porque, um grupo de militares que recrutaram e formaram no aquartelamento de Cumeré, pegaram em armas e atentaram contra o Estado da Guiné-Bissau.
Na Ntam criticou o que diz ser silêncio de alguns Chefes de Divisão Militar do Estado Maior de Exército, a respeito do atentado do passado dia 01 de fevereiro.
“Aprendemos durante a formação que, em caso de sofrermos agressão de qualquer que seja inimigo, o nosso dever não é ficar sereno, como se nada tivesse acontecido. Devemos persegui-lo até o apanhar para garantir a estabilidade no país”, referiu Biague Na Ntam.
O CEMGFA, que se encontrava ausente, em tratamento médico no exterior, na altura em que se registou a tentativa de golpe de Estado, ainda manifestou a sua indignação quanto ao fato de a tentativa de Golpe durar cinco horas antes que as autoridades de defesa e segurança interviessem para repor a ordem e assumir o controlo da situação.
Segundo Na Ntam, a falhada tentativa de golpe de Estado recentemente ocorrido não lhe estranha.
“Porque o que aconteceu no dia 01 de Fevereiro, eu já tinha pronunciado sobre isso há alguns tempos atrás, e já tinha ordenado a apreensão destes indivíduos aquando da primeira tentativa de golpe, e entreguei-os ao Tribunal Militar para julgá-los e detê-los, mas o Tribunal por sua vez, alegou que não tinha um suporte legal para acusá-los e detê-los”, explicou CEMGFA.
Biaguê Na Ntan ordenou aos Comandantes de Zonas do Estado-maior do Exército a não ficarem parados enquanto os golpistas não forem detidos.
Sustentou que o país pertence à todos os guineenses, e que o dever de um militar é de defender a integridade física de todo o território nacional, para garantir a paz e estabilidade para os cidadãos.
Afirmou que os militares que atentaram contra o Estado da Guiné-Bissau são bem conhecidos pelos responsáveis do Estado Maior de Exército, acrescentando que foram formados pelos mesmos, e que dormiam e andaram juntos, e são os seus subordinados.
“Hoje vamos receber uma Delegação de CEDEAO no país, e estarão cá para reunir com as autoridades competentes, e com o Comando de Estado-maior General das Forças Armada para saber se é necessário ou não enviar uma força estrangeira à Guiné-Bissau”, disse.
Afirmou que, a respeito disso, os responsáveis pelo ocorrido estão a monte, tendo questionado sobre, o que vão informar a CEDEAO, uma vez que, os responsáveis do aquartelamento do Exército ficaram calado e sentados.
Biaguê Na Ntan ameaçou com exoneração das funções os Comandantes das Zonas que não cumprirem com a Directiva ordenada pelo CEMGFA, que é de procurar e deter os indivíduos que tentaram levar a cabo o golpe de Estado.
Conosaba/ANG/LLA/ÂC//SG
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