Fundo Monetário Internacional anunciou que aprovou a segunda avaliação do programa de ajustamento económico da Guiné-Bissau.
O ministro das Finanças da Guiné-Bissau, João Fadiá, congratulou-se esta quarta-feira com a aprovação da segunda avaliação do programa de ajustamento económico do país pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), essencial para ser estabelecido um programa financeiro.
"A avaliação foi positiva graças ao esforço feito até aqui e que em princípio vai valer-nos, quando se concluir a terceira avaliação, a possibilidade de agora mais do que nunca ter um programa financeiro com o FMI", afirmou à Lusa João Fadiá.
Segundo o ministro, o programa monitorizado pelo corpo técnico "já é muito bom porque evidencia as tendências da qualidade de gestão" e "é premissa para se passar um programa financeiro" e chegando ao programa financeiro os outros parceiros bilaterais e multilaterais têm campo aberto para negociar e apoiar financeiramente o país.
"Congratulamo-nos com este resultado que é um esforço de todos, mas é também um desafio acrescido para que a terceira avaliação que está já em curso possa ser positiva para nos prepararmos para a fase de negociação de um programa financeiro", salientou Fadiá.
O Fundo Monetário Internacional anunciou segunda-feira que aprovou a segunda avaliação do programa de ajustamento económico da Guiné-Bissau, um passo fundamental para garantir um empréstimo ao abrigo de um novo programa financeiro.
As autoridades da Guiné-Bissau "fizeram progressos satisfatórios para estabelecer um histórico forte de implementação de políticas e reformas, um requisito fundamental para avançar na possibilidade de um acordo sobre uma Linha de Crédito Ampliada [Extended Credit Facility, ECF, no original em inglês] em 2022", refere o FMI.
Para o FMI, será importante manter "o bom desempenho na terceira e última revisão do SMP ['Staff-Monitored Program', no original em inglês], e que os parceiros internacionais da Guiné-Bissau garantam apoio suficiente nesta transição".
O programa monitorizado pelo corpo técnico foi aprovado em 19 de julho de 2021 e a primeira revisão foi aprovada em outubro do ano passado, sendo um passo prévio para que a Guiné-Bissau possa beneficiar de apoio financeiro do FMI ao abrigo destes programas de ajustamento financeiro que vão desembolsando tranches do empréstimo à medida que os países cumprem o estipulado no acordo em termos de reformas e nova legislação para relançar a economia e corrigir os desequilíbrios.
O programa do FMI relativo à Guiné-Bissau "apoia o programa de reformas desenhado pelo país, com o objetivo de estabilizar a economia, melhorar a competitividade e fortalecer a governação".
De acordo com o Fundo, os frutos estão já à vista: apesar da pandemia, o país cresceu 1,5% em 2020, mas deverá ter acelerado para 3,8% em 2021 devido ao aumento da exportação de caju, investimento público, levantamento gradual das restrições pandémicas e melhorias na confiança dos empresários.
"As autoridades fizeram um progresso satisfatório no programa de reformas apesar das difíceis condições socioeconómicas devido à pandemia de covid-19", diz o FMI, salientando a "boa taxa de vacinação pelos padrões regionais" e a redução do défice orçamental, que deverá ter melhorado no ano passado para 5,4%, quando em 2020 estava nos 10%.
Conosaba/Lusa
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