quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Invasão ao palácio do governo: TENTATIVA DO GOLPE DE ESTADO OU ATAQUE TERRORISTA?


O politólogo guineense, Rui Jorge Semedo, disse que as comunicações do presidente da República e do Governo criam as dificuldades para entender se o ataque ao palácio do governo foi uma tentativa do golpe de Estado ou um ataque terrorista.

“Pela breve comunicação do presidente da República e também do Governo, acaba por nos trazer a maior dificuldade de perceber se realmente estão a falar do golpe [Estado] ou de um atentado terrorista”, avaliou Rui Jorge Semedo convidado, hoje, para analisar o desenrolar da situação ocorrida, na terça-feira, no palácio do Governo.

Para o também comentador permanente dos assuntos políticos da Rádio Sol Mansi, por enquanto não foram anunciados os responsáveis pelo ataque de terça-feira, e “tudo aponta para um ato terrorista, apesar de existirem detenções de algumas pessoas como o presidente [da República] confirmou na sua comunicação.

“Isso tudo não nos deixa levar a ter um entendimento de uma ação de golpe de Estado, observando dentro de aquilo que é a leitura clássica disso, ou se realmente, estamos a falar de uma organização criminosa que recebeu o financiamento de fora, partindo daquilo que o porta-voz do governo diz que está a procurar alterar o funcionamento do Estado, usando até o termo de decapitar Estado para controlar a situação provocando caos social e político", observou o analista.

Rui Jorge Semedo defende por outro lado que “é urgente que a situação seja esclarecida mas com os elementos que permitam para que a situação tenha alguns créditos por parte dos críticos que neste momento estão a questionar”.

“Ainda continua confusa esta situação. Já se passaram três dias e ninguém consegue enquadrar o ocorrido, porque a forma como as pessoas apareceram de paisana, manifestamente é um comportamento de grupos terroristas que têm este tipo de ação e não é uma coisa vinculada com as forças de defesa e segurança como tradicionalmente acompanhamos os golpes que o país conheceu”, explica.

Algumas vozes críticas questionam as justificações do chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló e do Governo sobre o episódio de terça-feira que resultaram oficialmente em 11 mortos, dentre eles, três civis e oito militares e paramilitares das quais apenas um é da parte dos agressores.

Por: Braima Sigá/radiosolmansi

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