quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Greve saúde/”O diálogo é a única saída para a crise no sector de saúde”, diz líder do PND

Bissau,27 out 21(ANG) – O líder do Partido da Nova Democracia(PND), disse que o diálogo entre o patronato e o sindicato é a única via para a saída da crise instalada no sector de saúde do país.

Iaia Djaló falava hoje aos órgãos públicos de comunicação social, nomeadamente a ANG, jornal Nô Pintcha e TGB, sobre a posição do seu partido face as ondas de greves e boicote que tem assolado o sector de saúde do país.

“O governo está aberto para o diálogo para discutir os pontos em reivindicação e formas de os solucionar”, salientou, o Presidente do PND e igualmente ministro da Justiça, do actual executivo liderado por Nuno Gomes Nabiam.

O pessoal médico, enfermeiros, parteiras e técnicos da área observam uma greve por tempo indeterminado que dizem ser “um boicote”, aos serviços sanitários de todo o país, em revindicação de pagamento de atrasados salariais, aplicação da carreira médica e melhoria das condições de trabalho.

Aquele político pediu aos agentes de saúde ou seja, médicos, enfermeiros e outros para repensarem as suas posições e para que não aceitem serem levados por alguém que quer atingir um objectivo que não seja o de salvar vidas humanas.

“As pessoas que morreram nos hospitais em consequência da greve já não voltam para esse mundo, de quem é essa responsablidade?. Podiam ter morrido sem que houvesse a greve ou boicote, mas também podiam não morrer se tivessem sido atendidas atempadamente”, disse.

Iaia Djaló sublinhou que a greve está no ordenamento jurídico da Guiné-Bissau e que é um direito que assiste à qualquer trabalhador, mas salientou que o termo “boicote” é desconhecido nas reivindicações desta natureza.

“Apelo as partes para privilegiarem um diálogo construtivo, e aos agentes de saúde para que retomem as suas actividades”, referiu.

O líder do PND sublinhou que não há nenhum país no mundo que não pretende promover os seus quadros para o índice do desenvolvimento humano e o seu crescimento no patamar desejado.

“Agora, importar médicos do Senegal, da Nigéria, Cuba… isso já não é uma boa conduta. Porquê que a Guiné-Bissau investiu para formar os seus quadros médicos se agora somos obrigados a recorrer à outros países para virem nos ajudar. É muita pena”, disse.

Perguntado sobre como qualifica a decisão do governo de avançar para a requisição civil para substituição dos agentes de saúde em greve, Iaia Djaló disse que isso está na Lei.

“A requisição civil significa que os funcionários públicos podem estar em reivindicação através de greves e outras, mas o governo entende por exemplo que os hospitais têm de funcionar e por isso avança com a requisição das pessoas hablitadas para prencher as vagas deixadas”, explicou o líder do PND.

Os profissionais de saúde observam uma paralisação por tempo indeterminado, à que chamaram de “boicote”. Em consequência desse “boicote” o maior centro hospitalar de Bissau não está a prestar assistência médica e a situação piorou com a detenção de dois líderes sindicais ligados ao movimento grevista, que entretanto foram libertados segunda-feira.

A situação levou o Governo a fazer o recurso a Requisição Civil, apesar dos protestos do pessoal médico em greve.

Para esta quarta-feira, a maior central sindical - a UNTG e o governo prevêm uma reunião para ver como conseguir um entendimento que leva a suspensão das greves, na saúde e na educação.

O pessoal da saúde reivindica o pagamento de salários em atraso à um grupo de médicos, a aprovação da Carreira Médica, entre outras exigências, enquanto que os professores exigem a aplicação da Carreira Docente, pagamento de salários atrasados, entre outras reivindicações.

Conosaba/ANG/ÂC//SG

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