quarta-feira, 20 de outubro de 2021

NOVO MOVIMENTO NA GUINÉ-BISSAU, CONDENA GREVES NAS ESCOLAS PÚBLICAS

O “Movimento Patriótico para a Salvação do Ensino Público” (MPSEP) defendeu que não há razão para a continuidade das greves nas escolas públicas da Guiné-Bissau, uma vez que o governo está a cumprir as suas obrigações de pagar salários aos professores, nomeadamente, a implementação da carreira docente.

“Nós temos subsídios de giz e de isolamento, a carreira docente já estão a ser implementada, portanto não pode haver motivos para continuar com as paralisações . A progressão é feita quando a pessoa trabalha. Se não trabalha não há progressão”, enfatizou.

A posição do novo movimento que advoga a favor do ensino público foi tornada pública esta terça-feira, 19 de outubro de 2021, pelo seu coordenador, Salifo Queita, em conferência de imprensa, na qual sustentou que os sindicatos levaram para à mesa das negociações com o governo vários pontos que o executivo não está em condições de dar resposta.

“Durante sete meses de confinamento, mesmo assim recebemos salários, nunca reclamamos que o governo deixasse de pagar, porque não trabalhamos naquele período. Precisamos ser flexíveis e patriotas”, indicou.

Para o coordenador do recém-criado movimento, por um grupo de cerca de dez professores, com intuito de sensibilizar e mobilizar os professores a voltarem para as salas de aulas, por considerar que as greves no ensino público não vão resolver os problemas que afetam o setor do ensino.

“É preciso colocar um ponto final nas greves e procurar a origem dos problemas que o ensino guineense enfrenta”, enfatizou.

Salifo Queita disse na sua comunicação que se a maior central sindical da Guiné-Bissau, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Central Sindical (UNTG-CS) conseguisse trazer inovações nessa luta seria um benefício para os professores.

“O governo conseguiu pagar alguns professores contratos e novos ingressos. Na abertura e fecho do ano letivo que o ministro da educação presidiu afirmou que desbloqueou salários para a carga horária exigida pelo sindicato”, disse.

“Eu não culpo os professores. Que cada um faça a sua ginástica para chegar onde pretende chegar”, salientou.

O coordenador do MPSEP frisou que as partes (governo e os sindicatos) devem ser flexíveis nas negociações para se encontrar soluções consentâneas e garantir que o novo ano letivo não conheça sobressaltos.

“Devemos voltar às salas de aulas para trabalhar e depois exigir os nossos direitos” disse.

Na observação de Salifo Queita a valorização do ensino público e uma educação de qualidade na Guiné-Bissau só serão uma realidade se todos os intervenientes no setor do ensino contribuírem seriamente.

Disse que o executivo deve cumprir as suas obrigações plasmadas na Constituição da República e garantir a educação para todos os guineenses.

Por: Djamila da Silva
Foto: D. S
Conosaba/odemocratagb

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