Bissau, 21 out 2021 (Lusa) – Autoridades administrativas e locais, forças de defesa e segurança e organizações da sociedade civil da Guiné-Bissau e do Senegal reuniram-se hoje para debater a segurança e o desenvolvimento transfronteiriço com o objetivo de promover a cooperação.
Os representantes das regiões guineenses de Bafatá, Cacheu e Oio e das regiões senegalesas de Kolda, Sédhiou e Zinguinchor reuniram-se, em Bissau, no âmbito de um projecto da organização não-governamental Afrique Enjeux, financiado pelo Programa da ONU para o Desenvolvimento.
O encontro tem como objetivo promover a colaboração eficiente entre as partes para a resolução sustentável de problema de crime fronteiriço, nomeadamente o abate abusivo de árvores, os conflitos relativos à posse de terra na linha da fronteira, o tráfico de droga e o comportamento policial, tendo em vista o desenvolvimento das zonas limítrofes.
A Guiné-Bissau faz fronteira a norte com o Senegal. Em representação do ministro da Administração e Poder Local, Seynabu Faye de Almeida, afirmou que as fronteiras não devem ser vistas como uma zona de perpétuos conflitos, acrescentando que o Estado tem a obrigação de garantir a paz e a segurança em todo o território nacional.
"Registamos constantemente a movimentação de grupos hostis ao estabelecimento de paz nas fronteiras", disse, dando como exemplo os grupos organizados envolvidos no roubo de animais, o vandalismo de recursos haliêuticos e saída ilegal de castanha de caju.
O responsável referiu-se também a um novo fenómeno relacionado com a disputa de terras.
Para a representante do PNUD, Luana Natali, a promoção do diálogo é essencial para que se encontrem soluções conjuntas capazes de combater o crime transfronteiriço.
Só através do intercâmbio e partilha de informações entre autoridades locais, regionais, forças de segurança e de defesa e a sociedade civil as partes poderão alcançar a estabilidade e o desenvolvimento das populações das fronteiras, salientou.
O coordenador da organização senegalesa "Afrique Enjeux", Jules Bassene, disse que as organizações da sociedade apoiam os governos dos dois estados na pacificação da linha fronteiriça.
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