O ministro da Economia, Plano e Integração Regional, Victor Mandinga, reconheceu que a “instabilidade crónica, a falta de fundos e a desatenção das autoridades” fez com que não se realizasse o recenseamento geral da população e habitação em 2019.
Lamentou que o país se tenha atrasado muito nesse processo, porque o último recenseamento geral aconteceu em 2009 e que já deveria ter disponível, nesta altura, o resultado do novo recenseamento que deveria ter sido realizado em 2019, para que a Guiné-Bissau pudesse acompanhar o movimento internacional e todos os países da sub-região.
Victor Mandinga falava esta segunda-feira, 25 de outubro, na entrega de materiais ao Gabinete Central para o 4º Censo Geral da População e Habitação pelo Fundo das Nações Unidas para a População (FUNUAP) , na qual reconheceu que por razões várias, nomeadamente a instabilidade crónica, a falta de fundos e a desatenção das autoridades não foi possível realizar o recenseamento da população neste ano.
Entre os materiais doados estão computadores, vídeo projetores, impressoras, aparelhos de ar condicionado, consumíveis de escritório, viaturas, etc. De acordo com uma nota do ministério da Economia, Plano e Integração Regional, os materiais foram orçados em sessenta e três milhões e trezentos e quarenta e oito mil e trezentos e setenta (63.348.370) francos CFA.
“O governo da Guiné-Bissau fica grato, mas muito particularmente ao representante do FUNUAP, Cheikh Fall, pelo seu empenho durante as suas funções, que contribuiu para esse pontapé de saída. Esse apoio tão importante e necessário poderá contribuir para que possamos ter apoios de outros parceiros internacionais”, enfatizou.
O ministro da Economia, Plano e Integração Regional revelou aos jornalistas ter recebido também uma carta da Agência das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em que declara também o seu interesse em comparticipar nos atos prévios necessários, nomeadamente, o recenseamento piloto e contribuir na elaboração da cartografia.
Segundo Vitor Mandinga, apesar de vários interesses já manifestados em ajudar o processo, o governo está a precisar muito de mais apoios dos seus parceiros internacionais, sobretudo das agências das Nações Unidas, sub-regionais e das agências de qualquer tipo de cooperação internacional com a Guiné-Bissau.
Victor Mandinga enfatizou que não é possível planear e preparar as políticas públicas “sem saber quantos somos nós, os guineenses residentes neste território, quais são as condições das nossas vidas e das nossas habitações, para que o país possa preparar políticas públicas em conformidade com a situação que será detetada no terreno durante o recenseamento.
O governante defendeu que é importante mais gestos concretos como o do FUNUAP, que apoiou o governo para o 4º Censo Geral da População e Habitação.
Victor Mandinga pediu a outros parceiros para seguirem o exemplo do FUNUAP para que se possa levar a bom termo, com decisões práticas e concretas, o processo de recenseamento agendado para 2023.
Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb
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