sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Golpe ca tene lugar Dja!

 

Como um jovem comprometido com os valores da democracia não vejo nada que justifique os golpes de estado, sobretudo neste século de grandes avanços tecnológicos.

Na verdade, os abusos, os desmandos, a corrupção é que são factores atractivos para que os militares “assumam as suas responsabilidades”, como filhos do povo, cidadãos fardados e armados, uma vez que o povo pacifico e desarmado não pode defender-se para evitar a desgraça que provém do comportamento dos dirigentes que escolhem para os servir, e não para se servirem.
O abortado golpe de estado de que se falou, ou o desmentido feito pelo governo bem como a contextualização do conteúdo do pronunciamento do CEMGFA feito pelo Comandante Supremo das Forças Armadas, devem levar a Guineense a uma profunda reflexão.
Em democracia, o debate de ideias é que deve contar e o acesso ao exercício do poder político ao mais alto nível deve ser através das urnas, em eleições livres, justas e transparentes, e não ao recurso às armas, como tem acontecido nos anos 70 e 80 do século passado, o que está na origem do atraso em que se encontra hoje muitos dos países africanos, e também da América Latina.
Pensemos em tudo menos em golpes de estado. Golpe de estado contra quem? O presidente da República? Contra o povo? Contra o tão sonhado que o Guineense pensa poder ver realizado na paz e estabilidade?
Não! No pensa na utrur cusa, mas importante.
O golpe deve ser dado sim, mas contra a desgovernação, o desleixo, a corrupção, a atitude de subordinação de um órgão de soberania perante o outro, ignorando o sacrossanto princípio da separação e interdependência dos órgãos.
O Parlamento nunca deve ser uma simples caixa de ressonância. O PGR para ter a sua consciência livre, ser independente e actuar no limite da lei e não por encomenda, deve ser eleito entre os magistrados do ministério público, à semelhança do Juiz Conselheiro Presidente do STJ. Os poderes do Parlamento devem ser reforçados para se livrar de veleidades e estar
à mercê de quem está investido de poderes legais para dissolvê-lo e que muitas vezes recorre levianamente a esse instituto para abusar e humilhar.
A figura de “ impeachment" deve ser introduzida na Lei Magna e ser muito clara para que dúvidas não haja quanto a sua interpretação. A função parlamentar é nobre, por defender os interesses do povo e, em nome do mesmo, fazer com que as promessas feitas nas campanhas eleitorais sejam cumpridas.
O que se passa nos nossos paises é de que os deputados do partido no poder ou da coligacao no poder, como esta nossa salada russa, muitas vezes cedem a pressao do Executivo e fecham os olhos sobre a ma governacao, quando deviam ser os primeiros a insurgir-se contra, para se corrigir o tiro.
Da mesma forma se pode falar da justiça. Quando ela sofre de influências exteriores e cede a pressões, de tudo dela se pode falar menos de justiça.
Por isso, como dizem os franceses “il faut revoir la copie”.
Tenhamos a coragem de deixar as instituições funcionar normalmente, o Presidente da República, o Parlamento, o Governo e os tribunais. Em relação ao último, criar as indispensáveis condições para funcionar como deve ser, por forma a dar sobretudo garantias ao investidor, porque o nosso país deve ser o mais atractivo possível, para promovermos o tão almejado desenvolvimento e o bem-estar das populações.
Todos devem contribuir para que reine a estabilidade, a começar pelo próprio Presidente da República.
Os cargos eletivos são um “timing” bem definido e o verdadeiro detentor do poder é o povo. O único poder eterno é o do Todo poderoso Almighty God. A seguir, no contexto do nosso país, vem daqueles que erradamente chamamos de "regulus" quando o termo mais correto é “rei”. Esses são só são substituídos quando morrem, enquanto que um Presidente da República no contexto da democracia, quando muito, cumpre 10 anos, o que corresponde a dois mandatos de cinco anos cada.
É bom que os próprios presidentes africanos desmistificam essa função. Onde estão o Kadafi, o El Bechir, o IBK, o Conde, o Ben Ali, o Aziz, o Nantoy, o poderosíssimo Blaise Compaore?
O Presidente da República deve saber que é um ser mortal, e a sua diferença com o cidadão comum é de que este o votou para lhe proporcionar o bem-estar de que necessita para levar uma vida decente.
Ter a oportunidade não quer dizer ser o melhor, não ter a oportunidade também não quer dizer ser o pior. Por isso, façamos uma introspecção, por outras palavras, no djubi na spidju!
Do que nós jovens precisamos fundamentalmente é de formação, formação de qualidade para nos tornar mais competitivos, e de saúde, para que os nossos recursos humanos estejam em condições de produzir e bem produzir.
PEACE AND LOVE!
viva IVT o rosto da sucesso da juventude g
Guineense.
VIVA A JUVENTUDE, JUVENTUDE ENGAJADA!
VIVA GUINÉ BISSAU UNA E INDIVISÍVEL!
por: Yanick Aerton

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