O antigo primeiro-ministro guineense e dirigente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) Carlos Correia morreu hoje vítima de doença, anunciou hoje, em comunicado, o partido.
Carlos Correia, com 87 anos, foi dos primeiros dirigentes do PAIGC a receber formação superior ainda durante a luta pela independência.
O engenheiro agrónomo foi primeiro-ministro da Guiné-Bissau entre 1991 e 1994, entre 1997 e 1998, em 2008 e entre 2015 e 2016.
"O nosso partido viu sucumbir aquele que ficará na memória dos militantes e coletiva dos guineenses como uma das maiores referências e reserva moral", salienta o PAIGC.
Segundo o partido, Carlos Correia foi um "exemplo de nacionalismo e patriotismo, baseado no rigor, responsabilidade e transparência, em tudo".
"Na política, com uma fidelidade, sinceridade e lealdade distintas. Na governação, com rigor e honestidade singulares", sublinha o PAIGC.
No comunicado, o PAIGC apela a todos os seus militantes, responsáveis e dirigentes para "render tributo e homenagem aquele que ficará eternamente como um herói da causa do partido e da Guiné-Bissau".
Conosaba/Lusa
Em 1959, Carlos Correia ajudou a mobilizar trabalhadores do porto de Bissau para uma greve por melhores salários - que aconteceria no dia 3 de Agosto daquele ano.
A violenta repressão ao movimento fez 50 mortos e uma centena de feridos. Carlos Correia era funcionário da Casa Gouveia, um dos maiores comércios de Bissau, ligada à Companhia União Fabril de Portugal. Ele ajudou a mobilizar o grupo de trabalhadores grevistas, viu corpos sendo retirados do porto, mas diz que não esteve diretamente envolvido no episódio.
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