Os governos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde vão assinar um acordo de cooperação nos domínios do ensino e de formação superior para a docência e investigação, através do qual professores e alunos guineenses terão a possibilidade de frequentar a formação, na área de educação, por meio do Centro de Formação à Distância da Universidade Amílcar Cabral da Guiné-Bissau.
A informação foi avançada pelo Secretário de Estado do Ensino Superior e Investigação Científica, Garcia Bifa Bideta, em entrevista exclusiva ao Jornal O Democrata para falar sobre os assuntos debatidos, durante a visita efetuada a Cabo Verde pelo Chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló e dos acordos a serem assinados com o governo cabo-verdiano no setor da Educação.
O governante explicou que, tanto a Guiné-Bissau quanto Cabo Verde dispõem de centros de formação a distância apoiados pela Universidade Virtual Africana (UVA), mas que o país (Guiné-Bissau) não conseguiu implementar, tendo em conta algumas dificuldades internas. Contudo, garantiu que o Centro de Formação a Distância da Guiné-Bissau já dispõe de equipamentos de ponta com capacidade para albergar 35 estudantes, na universidade pública Amílcar Cabral (UAC).
Garcia Bideta anunciou que o acordo deverá ser assinado em Bissau, durante a visita do primeiro-ministro cabo-verdiano Ulisses Correia e Silva, que estará em visita ao país a convite do Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.
Segundo Garcia Bifa Bideta, esse instrumento vai permitir aos dois países trabalharem juntos, particularmente nos domínios da Investigação Científica e da formação na área de docência, para a melhoria dos setores do ensino dos dois países.
O Secretário de Estado do Ensino Superior e Investigação Científica, que também esteve em Cabo Verde, considerou “proveitosa” a visita a Cabo Verde e disse que as experiências tidas com autoridades cabo-verdianas, em matéria do Ensino, vão permitir que sejam tomadas medidas estruturantes para elevar o nível da qualidade de ensino na Guiné-Bissau.
Admitiu ter se sentido envergonhado com as exigências e críticas feitas da parte de Cabo Verde sobre o fraco nível de aproveitamento dos estudantes guineenses, o que acaba por expor a fraca qualidade do ensino na Guiné-Bissau.
Apesar dessa situação, Bideta sublinhou que a visita permitiu-lhe fazer uma auto avaliação sobre o estado e qualidade do ensino guineenses, tendo em conta o nível de investimento que o Estado cabo-verdiano faz na educação.
Afirmou que a qualidade do ensino guineense é franca em comparação com a dos outros países das comunidades nas quais a Guiné-Bissau está inserida, devido ao fraco investimento do Estado no setor, que varia de 11 a 12 por cento do Orçamento Geral de Estado. Acrescentou que os restantes são assegurados pelos parceiros que também exigem um investimento mínimo do Estado de 20 por cento do OGE para educação.
Para o Secretário de Estado do Ensino Superior, isso demostra que não há uma aposta séria do Estado guineense na Educação, porque “há varias iniciativas e visões de mudanças positivas para a melhoria do sistema de ensino na Guiné-Bissau, mas que são condicionadas ao investimento”.
Sublinhou que é notável o fraco nível de aproveitamento dos alunos do ensino secundário e do ensino superior, porque “os estudantes guineenses no estrangeiro têm demostrado maus resultados”.
Garantiu que o governo está a trabalhar de forma a garantir um ensino de qualidade desde o ensino primário, que é a base para se chegar a outros graus. Revelou neste particular que estão em curso reformas curriculares nas escolas públicas de formação de professores, de forma a garantir a qualidade do ensino.
Enfatizou que o governo guineense está igualmente engajado na construção de um campus universitário e, consequentemente, trabalhar no alargamento dos seus pólos em quatro das oito regiões administrativas do país.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M
Conosaba/Lusa
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