A Presidente do Instituto da Mulher e Criança, Khady Florence Dabo Correia, defendeu a “urgente mudança de mentalidade” da elite política guineense e a aplicabilidade da lei de paridade pelo poder judicial na Guiné-Bissau.
Na mensagem, este sábado, 31 de julho de 2021, por ocasião do dia da Mulher Africana, Khady Florence Dabo Correia lembrou que, nas últimas eleições legislativas, 13 partidos políticos entre os quais os 4 mais votados não aplicaram a quota mínima estipulada pela lei de paridade aprovada na Assembleia Nacional Popular ( ANP) em 2018, que fixa uma quota para as mulheres na esfera de tomada de decisões com representação mínima de 36% na lista para os cargos eletivos.
“Apesar do progresso que se verifica”, Correia afirmou que as mulheres continuam a ser a camada mais desfavorecida, a desigualdade de gênero persiste em muitas sociedades e assiste-se ainda a atos de violência contra a mulher no lar, na sociedade em geral e a escassez de instrução. Denunciou por outro lado que a pandemia do novo coronavírus provocou um aumento de casos de violência contra as mulheres e meninas, casamentos forçados e mutilação genital feminina.
Para o desenvolvimento sócio- econômico dos Estados Africanos, Florence Dabo Correia defendeu a formulação de políticas públicas e sociais no domínio da educação, do ensino, da inovação e da alfabetização, na vertente da saúde, empreendedorismo e participação nos órgãos de tomada de decisões, afiançando que a consolidação das democracias, estabilidade política e económica do continente dependerá, em grande medida, da inclusão e plena participação das mulheres.
“No caso de países que se refazem das consequências de longas guerras como a Guiné-Bissau”, Florence Dabo Correia afirmou que o papel das mulheres no processo de reconciliação nacional é fundamental, porquanto “têm uma sensibilidade diferente da dos homens, pela sua natureza e condição de mães e guardiãs da célula de base da sociedade.
“A democracia será efetiva, quando todos, homens e mulheres, sem discriminação baseada na cor partidária, religião ou etnia, poderem trabalhar afincadamente para garantir o futuro do país. O Ministério da Mulher, Família e Solidariedade Social, através do Instituto da Mulher e Criança, incentiva as mulheres guineenses a renovarem o compromisso de tudo fazer para concretizar o sonho de um país pacífico, democrático, mais inclusivo, e desenvolvido”.
O dia da Mulher Africana foi instituído a 31 de julho de 1962 na conferência das Mulheres Africanas, em Dar–Es–Salaam (Tanzânia). Na mesma conferência foi criada também a organização Pan-africana das Mulheres, promotora de compartilhamento de experiências e congregação de esforços para emancipação feminina.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb
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