O Alto Comissariado para a Covid-19 da Guiné-Bissau insistiu ontem para a necessidade de as pessoas se vacinarem contra a doença provocada pelo novo coronavírus, perante o aumento de casos registados nas últimas semanas.
"É preciso retomarmos os bons hábitos, como o uso da máscara, distanciamento e vacinação, que é um dos meios mais seguros para nos protegermos contra a covid-19", afirmou o secretário do Alto Comissariado, o médico guineense Plácido Cardoso.
"As pessoas só se vacinam por causa das limitações que possam ter para viajar, algumas estão interessadas, mas ainda não atingimos o número desejado, principalmente os dos grupos de risco", disse o médico na conferência semanal sobre a evolução da doença no país.
Os últimos dados divulgados pelo Alto Comissariado indicam que os novos casos estão a aparecer na faixa etária entre os 25 e os 34 anos de idade e que ao contrário do que tinha sucedido até aqui também há um aumento de contágios em mulheres.
"Todos nós temos responsabilidade nesta luta e o nosso dever é convencer e sensibilizar as pessoas para se vacinarem e cumprir com as regras de prevenção da doença", afirmou Plácido Cardoso.
Segundo o médico guineense, no início da pandemia passou-se a mensagem de que os jovens tinham maior imunidade que as pessoas mais velhas, mas as "coisas mudaram".
"Os jovens pensam que são mais resistentes, mas estão desatentos e não perceberam que muitos jovens já morreram por covid-19", afirmou, salientando que a variante Delta poderá estar a circular na Guiné-Bissau.
"Os números estão a demonstrar, a situação está a demonstrar que os jovens estão a testar positivo e a morrer com a doença. O vírus está a circular e demonstra que aqui estamos 15 e se nos testarem 7 ou 8 estão positivos", disse, referindo-se ao número de pessoas que estavam na sala onde foi realizada a conferência de imprensa.
Para o médico guineense, as pessoas estão a acreditar em rumores e outros factos que não são objetivos.
"O vírus está ativo, em circulação, os jovens estão a adoecer e a morrer, as mulheres estão também a ser contaminadas", sublinhou.
A Guiné-Bissau, com cerca de dois milhões de habitantes, regista um total acumulado de 4.212 casos ativos de covid-19 e 74 vítimas mortais.
O Setor Autónomo de Bissau é a região do país com mais casos registados.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.163.235 mortos em todo o mundo, entre mais de 194,1 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
Conosaba/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário