quarta-feira, 14 de julho de 2021

Polícia guineense dispersa manifestação de central sindical com gás lacrimogéneo


A polícia guineense dispersou hoje uma manifestação de alunos das escolas públicas que reclamam o fim de mais uma greve dos professores, disse Bacar Mané, presidente da federação das associações dos estudantes das escolas privadas e públicas da Guiné-Bissau.
Centenas de alunos preparavam-se para iniciar uma série de manifestações pelas ruas da capital guineense, que deveriam decorrer até sexta-feira, mas foram dispersados pela polícia.

Bacar Mané indicou que a polícia "usou da força" para os dispersar numa manifestação que até foi comunicada ao ministro do Interior, Edmundo Mendes. Os alunos lamentaram ainda a forma como os agentes da polícia os abordaram.

"Quando iniciámos as nossas manifestações pacíficas, a polícia começou a carregar sobre nós de forma selvática", disse Mané, que exige ao Presidente guineense, José Mário Vaz, que demita o governante a quem acusa de ser responsável pela carga policial.

Bacar Mané lembrou que José Mário Vaz "sempre disse que durante o seu mandato ninguém foi morto ou espancado" pelas autoridades, para salientar que a carga policial de hoje sobre os alunos em Bissau "contraria as palavras do Presidente".

O líder estudantil considerou que na Guiné-Bissau os "políticos estão a violar constantemente as leis da República" e não deixam que os cidadãos manifestem o seu repúdio.

"O ano letivo não é nulo, mas não há aulas. Onde está a coerência nisso", questionou Bacar Mané.

O dirigente afirmou ainda que os alunos se vão manifestar "conforme o plano delineado" e defendeu que os atuais governantes devem deixar os cargos que ocupam na administração do Estado "para outros guineenses mais capacitados".

As aulas nas escolas públicas têm decorrido de forma intermitente desde a abertura do ano letivo, em outubro, devido a ondas de greves dos professores que reclamam salários e subsídios em atraso, bem como aplicações de diplomas legais.

Os alunos têm exigido ao Governo, através de manifestações de rua, a anulação do ano letivo ou a retoma das aulas, satisfazendo as exigências dos professores.

Conosaba/Lusa

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