O ministro do Estado da Agricultura, Floresta e Fauna, Marciano Silva Barbeiro, admitiu na quarta-feira, 28 de julho de 2021, que a floresta da Guiné-Bissau encontra-se em estado avançado de degradação e ameaçada, particularmente a da região de Oio, norte do país. Este facto, segundo Marciano Silva Barbeiro, implica um investimento do governo para a sua conservação, tendo em conta as consequências que o país poderá enfrentar.
Marciano falava no lançamento da campanha nacional de repovoamento florestal para o ano 2021 e 2022, em Embunhe, povoação de Bissorã, região de Oio, organizada pela direção geral da Floresta e Fauna e contou com as presenças do ministro do Ambiente e da Biodiversidade, do ministro da Comunicação social e do representante interino do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Marciano Silva Barbeiro disse que as “atitudes incorretas” nos últimos anos e a “exploração irracional” das florestas nacionais levaram à sua degradação.
Perante estes fatos, o ministro da Agricultura, Floresta e Fauna reconheceu que sua instituição tem vários desafios para a reposição das florestas, apelando à população a plantar árvores e a ser mais vigilante à exploração dos recursos florestais no país.
Por seu lado, o diretor-geral da Floresta e Fauna, Braima Mané justificou que a região de Oio foi escolhida para o lançamento da campanha nacional de repovoamento florestal para o ano 2021/2022 porque, de acordo com um estudo, 200 hectares da floresta desta região estão “muito degradadas”, por desmatamento.
Disse que em 2020, o governo conseguiu recuperar 23 hectares. Anunciou, no entanto, que o executivo perspetiva, para esse ano, recuperar 100 hectares e proceder à fixação de mais de 40 pilares para a sua vedação, tendo em conta a ameaça climática.
O representante interino do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e alimentação (FAO), Jean Marie Kipela, alertou que o mundo enfrenta a devastação florestal e no caso da Guiné-Bissau, a perda da área florestal é estimada em 21 mil hectares por ano, com maior incidência entre 2011 e 2018 provocada pelo abate ilegal de árvores, aprodução de carvão vegetal e a expansão de terrenos agrícolas.
Kipela defendeu que é importante que as florestas sejam protegidas, porque “abrigam a maior parte da biodiversidade”. Lembrou que, em 2029, a FAO lançou a iniciativa “Transformação Florestal Global para Pessoas e o Clima na África ocidental”, na qual a Guiné-Bissau está entre os oito países que beneficiam desse projeto de gestão integrada dos recursos naturais do Maciço de Fouta Djaló, com o objetivo de apoiá-los a manter e melhorar as condições de vida da população rural.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: E.M
Conosaba/odemocratagb.
"GOVERNAÇÃO DE CAMPO 2021"
"Governo da Guiné-Bissau, através do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural, lança Campanha Nacional de Repovoamento Florestal, sob lema 'Quem Plantar uma Árvore Preserva a Vida' ".
A cerimónia decorreu, esta quarta-feira, 28 de Julho de 2021, na região de Oio, setor de Bissorã, povoação de Embunhe/N'cor e contou com a presença dos membros do governo, representantes das organizações internacionais, técnicos agrários e as autoridades locais.
Na sua comunicação durante o ato, o ministro de Estado de Agricultura e Desenvolvimento Rural afirmou que o repovoamento florestal deve ser encarado como um ato patriótico de cada cidadão.
MARCIANO SILVA BARBEIRO lembrou que na última década as florestas do país foram devastadas de forma descontrolada e irracional.
"Para atingir a meta de zero degradação das terras até 2030 o repovoamento florestal ou a reflorestação são atos patrióticos de cada cidadão ou da sociedade em geral, na última década as florestas da Guiné-Bissau foram devastadas de forma descontrolada e irracional "
De acordo com os dados, na Guiné-Bissau a perda da área florestal é estimada em cerca de 21 mil hectares por ano, entre 2011 á 2018.
O titular da pasta de Agricultura aconselhou os técnicos florestais a redobrarem os seus esforços na preservação das matas do país.
"As estruturas do controle da direcção geral das florestas, particularmente a Brigada de Proteção da Natureza e Ambiente (BPNA), devem ser mais fiscalizadoras e combativas, não permitindo a violação da lei florestal, proteção e preservação dos recursos florestais e nunca aceitar a corrupção como tendo sido nos últimos anos na Guiné-Bissau" aconselhou Marciano Silva Barbeiro.
Presente na cerimónia o ministro do ambiente pediu a união de todos na proteção das florestas.
A ocasião serviu para o FAO garantir o seu total apoio ao governo guineense no processo do repovoamento florestal.
Em nome da organização JEAN MARIE KIPELA assegurou que o FAO está disponível em continuar a colaborar com o governo, dentro do quadro do seu mandato e competência, na reflorestação das matas.
As organizações defensoras do meio ambiente intensificaram, nos últimos tempos, os seus apelos sobre a proteção das florestas, tendo em conta as ameaças da seca que o mundo enfrenta.
Para o diretor geral das florestas, BERNARDO BRAIMA MANÉ, a preservação das florestas é a responsabilidade de todos.
O assessor de comunicação
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Mamadú Baldé
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