sexta-feira, 30 de julho de 2021

Consumidores alertam que inflação na Guiné-Bissau está a provocar mais pobreza


O secretário-geral da Associação de Consumidores de Bens e Serviços da Guiné-Bissau, Bambo Sanhá, alertou hoje que o aumento dos preços está a provocar mais pobreza no país e que há pessoas que “vão dormir com fome”.
“Estamos a constatar a subida dos preços de primeira necessidade desde há cerca de cinco meses. Apesar do alerta da associação às autoridades competentes não houve, infelizmente, tomada de medidas e continuamos a assistir a uma especulação galopante”, afirmou à Lusa Bambo Sanhá.

Para o secretário-geral da defesa dos consumidores, está a assistir-se a um “autêntico roubo” e à “ausência de autoridade de Estado no mercado”, que, salientou, deve ser acompanhado e seguido pelas autoridades.

“O mercado livre não é sinónimo de preço livre”, afirmou, sublinhando que foram registados aumentos de preços em vários bens de primeira necessidade, incluindo no óleo alimentar, arroz, carne, sabão e farinha.

“Isto tem consequências muito negativas da vida do consumidor. Há um aumento da pobreza entre a população, há pessoas que estão a dormir sem comer, com fome, o poder de compra que já não tinham agravou-se e o papel do Governo deve ser zelar para diminuir as dificuldades no seio da população, principalmente quando há a covid-19”, disse Bambo Sanhá.

O secretário-geral da associação lamentou também que ao contrário do que se está a passar em todo o mundo, as autoridades da Guiné-Bissau não tenham tomado “medidas compensatórias para ajudar a população”.

“Na Guiné-Bissau é totalmente o contrário. A população guineense não beneficiou de subvenções de apoios nem na energia, nem no combustível e muito menos nos produtos de primeira necessidade”, afirmou.

Bambo Sanhá lamentou também o aumento dos impostos com a “cumplicidade e responsabilidade dos deputados, que aprovaram o Orçamento Geral de Estado, mesmo sabendo do impacto negativo da vida dos consumidores”.

“São os primeiros responsáveis. Há covid e este não é o momento para aumentos. Isso tudo vai reduzir o poder de compra da população e aumentar a pobreza”, afirmou.

Conosaba/Lusa

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