O Centro de Saúde do Bairro de Quelelé, em Bissau, está em risco de suspender o serviço de maternidade devido a má condição da sala que inclusive põe em risco a vida das grávidas e dos recém-nascidos.
Esta quarta-feira (07), a Rádio Sol Mansi (RSM) efectuou uma visita a este centro hospitalar para se inteirar do seu real funcionamento, e confrontou-se com a situação precária que é criticado pelos próprios funcionários.
Ouvida pela RSM, a administradora do Centro de Saúde do Bairro de Quelelé, Djenebu Lídia Djau, disse que a sala de parto não está em boas condições afirmando que as mulheres correm o risco de contaminação devido as condições que o edifício apresenta.
“As salas não têm ventilações e os rebocos estão a despegar e a parede quase a desabar, sobretudo as gravidas são atendidas com grandes riscos, por isso tencionávamos suspender o serviço da maternidade, mas, tendo em conta a situação da vida da população decidimos continuar”, explica a administradora do centro.
Entretanto, ao longo da reportagem, a RSM constatou que os pacientes com tuberculose e os que foram fazer testes de Covid-19 e consultas, estavam agrupados no mesmo espaço e sem o cumprimento das medidas de distanciamento físico e nem do uso de máscara.
Para compreender esta situação, a Administradora deste centro hospitalar, Lídia Djau, conta-nos que o centro é pequeno e dispõe de diferentes serviços, por isso não existem espaços suficientes para todos.
“Não temos uma sala específica para o atendimento dos doentes de tuberculose e nem para o serviço da pequena cirurgia”, lamenta.
Já a Parteira em serviço no mesmo centro, disse à RSM que o centro está a funcionar sem ambulâncias, facto que pode provocar a morte das gravidas.
“Não temos condições de evacuar os pacientes para Hospital Simão Mendes ou Hospital Militar, por isso aconselhamos as mulheres a sempre serem acompanhadas dos seus maridos ou familiares”, afirma.
Lídia Djau confirma que a greve da maior central sindical do país está a afectar seriamente o funcionamento deste estabelecimento de saúde.
“Sinceramente a greve está a causar vários problemas neste centro de saúde. A greve está a afectar sobretudo a aria da administração, porque desde o início desta greve o centro não está em condições de assumir os seus compromissos com pessoal menor e adquirir certos matérias que são suportados pelas receitas internas”, lamenta a administradora do centro de Quelelé que apela as autoridades competentes do país a resolveram esta situação o mais rápido possível.
Esta situação do centro de saúde de Quelelé vem juntar com as mesmas dificuldades enfrentadas em quase todo o país e até no Hospital nacional Simão Mendes.
As pessoas continuam a correr risco de vida, porque os centros de saúde não dispõem nem de ambulâncias e nem de atendimentos adequados para salvar as vidas.
Durante esta greve da União nacional dos Trabalhadores das Guiné a situação piorou-se, segundo várias reportagens feitas pela RSM nos hospitais e centros de saúde do país.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Turé da Silva
Imagem: Turé da Silva
Radiosolmansi com Conosaba do Porto
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