quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Ministro da Agricultura da Guiné-Bissau manda coordenador do projeto para casa

A longa “guerra” entre o ministro da Agricultura, Abel da Silva Gomes, e o coordenador da Unidade de Coordenação do Projeto de Apoio para o Desenvolvimento Económico das regiões sul do país (PADES), Adelino Nunes Correia, terminou com o processo disciplinar e acusação de violação de “princípio de obediência” contra o último.

O controlo do projeto, por parte do ministro, terá estado na origem do conflito. E o processo disciplinar ditou o afastamento de Nunes Correia da coordenação do projeto, financiado pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

Na nota de acusação entregue a Nunes Correia, e que o Capital News teve acesso, datada de 29 de dezembro 2020, a instrutora do processo número 01/ 2020, Carlota Sanca, fundamenta a acusação contra o coordenador de PADES por “falta de dever funcional de lealdade, no exercício das suas funções, contra Abel da Silva Gomes (ministro), enquanto o seu superior hierárquico”, fundamenta.

Ela invocou alínea c) e d) do número 03 do artigo 3o da Lei 09/97 do dia 2 de Dezembro. No documento, a instrutora afirma ainda que o agora destituído “não estava aparentemente interessado em responder as solicitações do seu ministro”, desde a entrega de uma viatura do projeto, e ainda as informações prestadas ao longo do período da solicitação, bem como as alegadas queixas dos diretores regionais de Tombali e Quínara, enquanto áreas de intervenção de PADES, constam entre outros elementos de acusações contra Nunes Correia.

Fontes próximas do processo revelaram ao CNEWS que tinha havido a primeira tentativa para afastar Adelino Nunes Correia, que agora, nesta segunda, consumou-se com a instauração do processo disciplinar.

A mesma fonte sublinha ao Capital News que a primeira tentativa havia sido travada pelo FIDA, enquanto entidade financiadora do projeto.

“O sentido real deste problema prende-se com a intenção do ministro em controlar financeiramente o projeto, o que era mal visto pelo FIDA”, afirma a fonte.

Com a saída do Adelino Nunes Correia, a fonte receia que o financiameto do projecto venha a ser suspenso por parte do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola.

Por CNEWS com Conosaba do Porto

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