segunda-feira, 4 de novembro de 2019

UMA VERGONHOSA E INTERESSEIRA COMUNIDADE INTERNACIONAL EM QUE PORTUGAL E ESPANHA PARTICIPAM


A Guiné-Bissau deve ser caso único no mundo, de um suposto Estado de Direito democrático, onde é realizado umas eleições legislativas, o partido mais votado (PAIGC) precisar de fazer acordos de incidência parlamentar com outro partido (APU-PDGB) para obter a maioria necessária para formar governo e, toda a tal suspeita “comunidade internacional” fazer pressões para a rápida nomeação do governo saído das eleições...

Hoje, essa mesma maioria parlamentar dissolve-se porque uma das partes (APU-PDGB) renúncia ao acordo de incidência parlamentar que tinha com o PAIGC e assina um outro acordo com outros dois partidos (PRS e MADEM-G15), garantindo dessa forma a maioria parlamentar e, a suspeita Comunidade Internacional continuar a apoiar incondicionalmente o governo anterior, afirmando que deve ser o mesmo governo a conduzir a organização das próximas eleições presidenciais, pese embora o seu Primeiro-ministro ser fortemente conotado com o tráfico de droga, nomeando um Colombiano suspeito dessa atividade ilícita (Sr. John Zambrano) como seu Conselheiro Especial para poder atribuir-lhe o passaporte diplomático da Guiné-Bissau, isso depois de previamente terem exercido fortes pressões para a nomeação do mesmo Colombiano como Cônsul da Guiné-Bissau em Bogotá (Colômbia)... Isso para não falar de que “a gota que entornou o copo” é que levou o Presidente da República a demitir por decreto esse governo, foi o assassinato de um manifestante que se encontrava numa manifestação pacífica a exigir maior transparência e isenção na organização das eleições presidenciais!

Por incrível que pareça, esse posicionamento no mínimo duvidoso e anti-democrático, de apoio a um governo sem maioria parlamentar, cujo primeiro-ministro é suspeito de colaborar com narcotraficantes, vem da parte de países europeus que afirmam defenderem valores democráticos, como Portugal e Espanha!

Pergunto, a oposição portuguesa e espanhola corroboram esse posicionamento antidemocrático dos seus governos em função?! Será que nesses dois países europeus esse posicionamento seria tolerável?

Em Portugal, por muito menos, vi o então Presidente da República Dr. Jorge Sampaio a derrubar o Governo do Dr. Santana Lopes! E, estranhamente, vejo governantes portugueses a apoiarem um governo minoritário e fortemente suspeito de facilitação da atividade de narcotraficantes no território guineense!

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