sábado, 23 de novembro de 2019

ESCOLHER UM PRESIDENTE É ESCOLHER UM LÍDER

Para isso, o candidato deve ter um balanço que me convença da sua capacidade de liderança.
Avaliada a liderança do PAIGC, pelo seu actual Presidente e candidato às presidenciais, resultante duma séria reflexão, passo à exposição de alguns factos que me impedem de votar nele, apesar de reservar elevada consideração à nossa relação de amizade.


No seu primeiro mandato como Presidente do PAIGC:
• O partido perdeu dez assentos no parlamento;
• Não conseguiu evitar o derrube do governo do PAIGC ( várias vezes);
• Não conseguiu gerir com sucesso, os conflitos internos do partido, a ponto de se ter desferido um golpe fatal ao mandato do partido, arduamente conquistado nas urnas, com a expulsão de 15 altos dirigentes e o afastamento destes da bancada parlamentar do partido, onde tinham assento;
• Com a sua anuência, a presidência da ANP, exercida pelo PAIGC, impediu o pleno funcionamento desse orgão de soberania, negando assim aos representantes da nação, a possibilidade de procurarem soluções á grave crise instalada.
• No processo preparatório do ultimo congresso do PAIGC, sob sua presidência, fez-se uma autentica purga no partido, de que resultou a exclusão de centenas de militantes e, consequentemente, a sua fragilização;
• No ultimo congresso do PAIGC, num país em plena construção da democracia, o seu Presidente cessante foi, paradoxalmente, o único candidato à sua própria sucessão, contrariando desse modo, a tendencia pluralista que se estava a consolidar no partido;
• Nas legislativas ocorridas em Março deste ano, sob a sua liderança, o PAIGC voltou a perder dez assentos no parlamento, vendo-se assim obrigado a socorrer-se do apoio de partidos com expressão eleitoral de muito pouca monta. Num conjunto de três partidos, conseguiu 7 votos, para se colocar na fragil posição de maioria simples na ANP;
• O procedimento do partido no processo de constituição da Mesa da ANP, instalou uma contraproducente crispação, que julgo indissociável da razão de impedimento da aceitação da pessoa do Presidente do PAIGC, ao cargo de chefe do Governo;
• Por não ter em devida conta as consequências para o PAIGC, da candidatura do seu Presidente em exercicio, nem compromissos que, segundo outras personalidades politicas, assumiu, de apoiar as respectivas candidaturas, promoveu umas “primárias”, às quais apresentou a sua candidatura e venceu. Curiosamente, desta vez, concorreu contra mais uns quantos candidatos e não “contra” si mesmo, como sucedu no Congresso;
• Esta candidatura do seu Presidente, face aos reais interesses do PAIGC, é desfavorável ao partido, porque, ganhe ou perca as presidenciais, o Presidente do Partido, a elas candidato, terá que, ou deverá abandonar o cargo, por força da Constitição da Republicai ou de disposições estatutárias. Se não se observar nehum dos casos, que ao menos seja por razões de ordem ético-morais.
• Julgo que é hora de o PAIGC começar a pensar como vai gerir esta “rabata-rabata” anunciada, de vacatura na sua presidencia.
BOA SORTE A TODOS OS CANDIDATOS

Ernesto Dabo

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