sexta-feira, 2 de maio de 2014

RENAMO: ACUSA GOVERNO MOÇAMBICANO DE IMPEDIR "A TODO O CUSTO" RECENSEAMENTO DE DHLAKAMA


Brigadas de registo eleitoral ainda não conseguiram penetrar na Gorongosa, onde o líder da oposição está refugiado há oito meses
A RENAMO acusa o Governo moçambicano de pretender impedir, "a todo o custo", o líder da oposição - Afonso Dhlakama, de se recensear para as eleições gerais de 15 de Outubro. 

O líder do partido ainda não se recenseou, porque se encontra refugiado numa zona onde as brigadas de recenseamento ainda não conseguiram penetrar, devido a confrontos entre homens armados do movimento e as forças de defesa e segurança, no centro do país. Apesar de o Governo e a RENAMO terem chegado a acordo para que o recenseamento fosse realizado na zona em causa, no distrito de Gorongosa, a operação não arrancou, devido à falta de segurança. 

Em conferência de imprensa em Maputo, esta sexta-feira, o porta-voz do principal partido da oposição - António Muchanga, acusou o Governo moçambicano de pretender impedir o recenseamento eleitoral de Afonso Dhlakama, para inviabilizar a sua participação nas eleições e favorecer o candidato presidencial da FRELIMO - Filipe Nyusi. "As tropas governamentais no terreno dizem claramente que a missão delas é mesmo evitar ou travar o recenseamento do presidente Dhlakama de forma a facilitar a vitória do candidato da FRELIMO", afirmou António Muchanga. Segundo o porta-voz da Renamo, o Governo moçambicano está, há dias, a reforçar a presença das forças de defesa e segurança no distrito de Gorongosa e aproximou o comando-militar da região às áreas onde estará Dhlakama. "Há dez dias que há muita concentração de tropas em Gorongosa, transportadas de várias províncias em camiões e autocarros", declarou António Muchanga. 

O líder da RENAMO não é visto em público desde outubro do ano passado, depois de fugir do acampamento em que vivia em Satundjira para parte incerta, apesar de afirmar estar refugiado na Serra da Gorongosa, em entrevistas a órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros. Homens armados da RENAMO e o exército moçambicano têm-se confrontado na região centro, onde o movimento tinha as suas principais bases durante a guerra civil de 16 anos, que terminou em 1992, no contexto da tensão política e militar que o país atravessa há cerca de dois anos. Apesar de os confrontos entre os dois lados terem abrandado na sequência da aprovação de emendas exigidas pela RENAMO à lei eleitoral, a tensão prevalece devido a divergências em torno da recusa do movimento em desarmar o seu braço armado.


http://www.rtp.pt/rdpafrica/index.php?t=RENAMO-acusa-Governo-mocambicano-de-impedir-a-todo-o-custo-recenseamento-de-Dhlakama.rtp&article=2670&visual=6&tm=10&headline=16

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