TENENTE GENERAL ANTÓNIO INDJAI, CHEFE DO ESTADO MAIOR DA GUINÉ-BISSAU
Embaixador dos EUA reuniu-se com chefe dos militares guineenses para deixarem de interferir na política
Bissau - O embaixador dos Estados Unidos (EUA) para o Senegal e Guiné-Bissau, Lewis Lukens, pediu quinta-feira ao líder das forças armadas guineenses, general António Indjai, que os militares não voltem a interferir na ordem constitucional do país.
"Instámos os serviços de segurança a não interferirem na primeira volta das eleições [presidenciais] e reiteramos a posição para a segunda volta e durante o período em que o governo democraticamente eleito toma posse, a partir de Junho", referiu.
A segunda volta das eleições presidenciais está marcada para 18 de Maio.
O diplomata falava aos jornalistas em conferência de imprensa depois do encontro com Indjai, na fortaleza da Amura, em Bissau, sede do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, no âmbito de uma visita ao país iniciada na quarta-feira.
Na reunião com o chefe dos militares, "ficou claro que partilhamos um objectivo comum que é a reforma do sector da Defesa", um sector que "precisa de ser modernizado e ter um papel definido neste país", disse Lukens.
"Em todos os encontros encorajei as forças de segurança a ter a reforma do sector de segurança como prioridade para o novo governo. Os militares têm tido um papel corrosivo neste país, historicamente, e acho que é tempo de se afastarem da vida civil", sublinhou.
António Indjai liderou os militares no último golpe de Estado, em Abril de 2012, que levou ao actual período de transição e é também acusado pela justiça norte-americana de estar envolvido em tráfico de droga transatlântico que teria a Europa e EUA como destino.
Em Abril de 2013, um antigo chefe militar, Bubo Na Tchuto, e outros quatro homens foram detidos em águas internacionais perto de Cabo Verde por uma equipa da agência de combate ao tráfico de droga norte-americana e agora arriscam pena de prisão perpétua.
Dois dos ajudantes de Na Tchuto já admitiram ser culpados de tráfico.
Sobre a questão, Lewis Lukens disse hoje apenas que é preciso "esperar até o novo governo [da Guiné-Bissau] ser empossado" para se iniciar a discussão "sobre as pessoas que estão a ser acusadas".
O embaixador realçou a necessidade de o processo eleitoral continuar a decorrer com normalidade, assim como a tomada de posse nos novos órgãos eleitos, para que os EUA possam levantar as sanções impostas à Guiné-Bissau desde o último golpe.
"Depois da posse do governo, vamos ver quais os programas de assistência que podem ajudar a Guiné-Bissau e ver em quais nos podemos focar", sublinhou.
Ao mesmo tempo, admitiu retomar projectos que já estavam em curso, tais como em relação à formação de polícias.
Na passagem pela Guiné-Bissau, Lewis Lukens reuniu-se ainda com o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, com o representante da ONU, Ramos-Horta, e com o candidato à presidência Nuno Nabian. O diplomata norte-americano não se encontrou com o outro candidato presidencial, José Mário Vaz.
A todos deixou a mesma ideia: "é vital para o futuro da Guiné-Bissau que o país conclua a transição para um governo democraticamente eleito".
A Guiné-Bissau vai a votos no dia 18 de Maio para a segunda volta das eleições presidenciais, depois de uma primeira votação a 13 de Abril, em que decorreram também as eleições legislativas ganhas pelo PAIGC com maioria absoluta.
Nao sei se os nossos combatentes contra o povo serao capazes de ouvir este pedido do senhor Embaixador dos Estados Unidos,alguns ja estao a sentir o medo atravez dos seus cabelos se serao capturados ou nao pelos Americanos.
ResponderEliminarEspero que tudo isto sera o fim da ditadura militar na Guiné Bissau. Este regime nao tem lugar em todas as sociedades civis e em todas partes do mundo e menos ainda no nosso pais. Podemos ter como exemplos na America Latina Argentina,Brasil,Chili,sem esquecer do regime Salazar,do Adolfe Hitler,do muro de Berlin,do regime de Kadaffi,do Sadam Hssein etc etc. Chegara a nossa volta para acabar com isso tarde que seja.
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