quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

ECONOMISTA CHAMA ATENÇÃO PARA AGRAVAMENTO DA CRISE ECONÓMICA NA GUINÉ-BISSAU DEVIDO AO IMPASSE POLÍTICO-MILITAR



O economista José Nico Djú lançou um alerta sobre os riscos económicos que a população guineense poderá enfrentar nos próximos meses, em resultado direto do atual cenário político-militar que domina o país.

Em plena aproximação da quadra festiva e numa altura em que os militares voltam a assumir o controlo político, Nico Djú considera que a situação pode agravar ainda mais o poder de compra das famílias, já fragilizado pela crise social e pela pobreza estrutural.

As projeções económicas para 2025 apontam para um crescimento do PIB na ordem dos 5%, impulsionado pela recuperação do setor da castanha de caju, pelo aumento do investimento privado e por uma maior consolidação orçamental. A inflação deverá manter-se baixa, em cerca de 2%, e o défice público tende a reduzir. No entanto, o economista sublinha que todos estes progressos estão em risco.

Nico Djú, sustenta que a instabilidade política pode comprometer as melhores previsões e aprofundar ainda mais a vulnerabilidade económica das famílias guineenses.

A Guiné-Bissau enfrenta atualmente uma taxa de pobreza estimada em 67%, uma das mais elevadas da região. Para Nico Djú, o impasse político-militar pode levar à deterioração dos indicadores de emprego, afetando sobretudo jovens e trabalhadores do setor informal.

O país depende fortemente das relações com a CEDEAO, a UEMOA e os mercados internacionais, sobretudo no setor da castanha de caju e das pescas. Além disso, o financiamento externo continua a ser essencial para o orçamento do Estado e para projetos de desenvolvimento.

O economista alerta que a instabilidade atual pode fragilizar as ligações com instituições financeiras internacionais e afastar potenciais parceiros.

A Guiné-Bissau tem recorrido ao Fundo Monetário Internacional (FMI) através da Facilidade de Crédito Alargado, mecanismo destinado a apoiar a estabilidade financeira e garantir pagamentos essenciais, como salários da função pública.

Apesar das avaliações positivas e dos desembolsos recebidos, Nico Djú destaca que o país só poderá avançar com previsões otimistas se houver gestão orçamental rigorosa e um ambiente político estável.

RSM: 04.12.2025
Rádio Sol Mansi

Sem comentários:

Enviar um comentário