terça-feira, 1 de julho de 2025

RESPOSTA AO ARTIGO “Liderança Conquistada por Dinheiro Perde-se por Falta de Dinheiro” – A VERDADE QUE ONÉSIMO LONY CINHO ESCONDEU -- OMITIU DELIBERADAMENTE



Li com a devida atenção o artigo assinado por Onésimo Lony Cinho, intitulado “Liderança Conquistada por Dinheiro Perde-se por Falta de Dinheiro – Uma Realidade Amarga da Política Contemporânea”. O texto em questão não passa de um libelo panfletário disfarçado de análise política, carregado de parcialidade ideológica e sustentado por um esforço grosseiro de reescrever a história recente da política guineense à luz de conveniências partidárias.
Onésimo, notoriamente simpatizante do PAIGC e defensor cego da liderança de Domingos Simões Pereira (DSP), tenta, com argumentos frágeis e desonestos, imputar ao MADEM-G15 uma origem baseada em interesses meramente pecuniários. Nada mais falso, leviano e insultuoso.
1. O nascimento do MADEM-G15: resistência à autocracia, não à procura de dividendos
É intelectualmente desonesto — para não dizer malicioso — insinuar que o MADEM-G15 tenha sido concebido com base em interesses financeiros. O articulista ignora, ou finge ignorar, que este movimento emergiu como reação legítima e corajosa ao autoritarismo político instaurado por DSP no seio do PAIGC, após o Congresso de Cacheu.
Quadros históricos, militantes de longa data e dirigentes comprometidos com os ideais fundacionais do partido foram alvo de exclusão sistemática, perseguições internas e tentativas de silenciamento, pelo simples facto de expressarem apoio a Braima Camará. O MADEM-G15 nasceu, portanto, da necessidade de preservar a dignidade política, a liberdade de consciência e a pluralidade democrática, num ambiente sufocado pela lógica do pensamento único.
2. A crise do PAIGC: resultado direto da deriva egocêntrica de Domingos Simões Pereira
Quando DSP assumiu a liderança do PAIGC, herdou uma posição de força: 67 deputados legitimamente eleitos sob a bandeira do partido libertador. Em vez de consolidar essa base, preferiu embarcar num projeto narcisista de personalização do poder, corroendo os alicerces do partido, dividindo a militância e cultivando um clima de intimidação interna.
Hoje, o PAIGC encontra-se politicamente debilitado, fragmentado e incapaz de se afirmar como referência nacional — não por culpa de adversários externos, mas pelas opções destrutivas de quem se julga maior que o próprio partido. Enquanto DSP conduz o PAIGC à irrelevância, Braima Camará e os seus companheiros construíram alternativas sólidas, comprometidas com a renovação democrática e com o desenvolvimento do país.
3. A narrativa do "dinheiro": uma tentativa demagógica de desviar atenções
A acusação segundo a qual a liderança de Braima Camará se sustentaria em recursos financeiros é, além de mal-intencionada, contraditória. O próprio autor reconhece que DSP perdeu poder por não ter dinheiro — ou seja, admite que o “fator financeiro” não é exclusivo do MADEM-G15, mas transversal à lógica política nacional.
Onésimo Lony Cinho cai, assim, na armadilha da sua própria incoerência. O que destruiu a liderança de DSP não foi a escassez de dinheiro, mas a sua incapacidade de dialogar, de construir pontes e de aceitar a crítica. O que lhe faltou não foram recursos, mas valores. Ética, humildade e respeito pela diversidade de pensamento — isso sim, tem preço incalculável.
4. Braima Camará: um dirigente que sacrificou, não se serviu
Apontar Braima Camará como alguém que “comprou” o MADEM-G15 é uma afronta aos milhares de militantes que, movidos por convicções profundas, deram rosto e força ao movimento. Braima não ganhou nada com a fundação do partido — pelo contrário, enfrentou perdas pessoais, ataques infames, chantagens políticas e perseguições sistemáticas.
O seu investimento foi ético e patriótico. O seu sacrifício foi real. A sua entrega permanece constante. Jamais se lhe pode atribuir uma prática de compra de lealdades ou de uso de recursos como instrumento de dominação. Sua liderança baseia-se na confiança e na coerência, não na manipulação de consciências.
5. Chega de hipocrisia: é tempo de enfrentar a verdade com coragem
A política guineense não pode continuar refém de narrativas forjadas por escribas a soldo de lideranças caducas e desprovidas de legitimidade moral. O PAIGC perdeu grande parte do seu prestígio porque se rendeu à lógica do "homem único", do culto à personalidade, da intolerância interna e da perseguição institucionalizada.
É absolutamente necessário desmontar, com rigor e frontalidade, esta propaganda travestida de opinião que tenta transformar vítimas em algozes e opressores em heróis. A história há de fazer justiça à verdade — não à versão conveniente de quem tenta sobreviver politicamente através do revisionismo.
Conclusão: a liderança que nasce da dignidade, sobrevive a tudo — até ao dinheiro
Liderança construída com base em valores, ética e legitimidade popular não se dissolve com o tempo, nem se vende por cifrões. Já a liderança construída sobre os escombros da manipulação, da soberba e da repressão interna, por mais dinheiro que tenha, desaba diante da primeira prova de integridade.
Registemos, pois, a tentativa falhada de Onésimo Lony Cinho em deturpar a memória política coletiva da Guiné-Bissau. Ao tentar reduzir o MADEM-G15 a um projeto sustentado por dinheiro, não apenas ofende a inteligência do povo, como revela o desespero daqueles que já não sabem como enfrentar a força de uma nova realidade política que se impôs pela vontade popular.
O MADEM-G15 é hoje uma força incontornável. Representa esperança, coragem e compromisso com o futuro. E continuará a trilhar o seu caminho com firmeza, responsabilidade e fé na construção de uma Guiné-Bissau livre, plural e democrática.
Bissau, 30 de junho de 2025
Por: Um Combatente da Liberdade da Pátria


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