A ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher, Cadi Seide, admitiu que conflitos cíclicos que o país viveu são fatores do atraso ao desenvolvimento sustentável almejado, por isso “a Guiné-Bissau tem sido, nos últimos tempos, alcunhada de um país de conflitos”.
A governante falava esta terça-feira, 10 de outubro de 2023, na abertura da ação de formação destinada a 50 mulheres jovens e adultos de organizações de defesa das mulheres guineenses em matéria de prevenção do radicalismo e extremismo violento na Guiné-Bissau, que decorre hoje e amanhã (10 e 11)do mês em curso).
Afirmou que as mulheres e as raparigas, à semelhança dos idosos e as pessoas com as necessidades especiais, são as maiores vítimas das instabilidades, de violências nas suas diversas formas, sejam elas psicológicas, físicas, culturais, religiosas, verbais, bem como discursos de ódio, intolerância, oportunismo e de interesses poucos claros.
Cadi Seide defendeu que para falar do extremismo violento é preciso entender o seu conceito e os seus antecedentes, causas profundas e superficiais, atores internos e externos, interesses em disputas e partes envolvidas nas diferentes etapas.
Para além desses desafios, a ministra da Ação Social, Família e Promoção da Mulher defendeu igualmente a implementação das estratégias para a sua mitigação, preparação de recursos humanos, materiais e financeiros e adoção de mecanismos de comunicação para a sua deteção precoce para ter uma resposta rápida, mas “tudo isso requer uma sensibilização eficaz e deve tocar-nos para que possamos trabalhar na sua prevenção”.
Por sua vez, o embaixador da União Europeia (EU) na Guiné-Bissau, Artis Bertulis, assegurou que os 27 estão “fortemente empenhadas” e dispostos a continuar a apoiar os esforços das autoridades nacionais e todas as iniciativas que tenham como objetivo reforçar esse ideal.
Defendeu que não poderá haver desenvolvimento sustentável sem a paz, nem a segurança, por isso “a nossa cooperação para o desenvolvimento tem trabalhado a par e passo com os nossos esforços de promoção de paz na Europa, em África e noutros pontos do mundo”.
Contudo, disse acreditar que é possível alcançar os objetivos básicos de desenvolvimento, se um país sofre a ameaça de extremismo violentos, sustentando que isso exige fortalecer os alicerces fundamentais do desenvolvimento equitativo, dos direitos humanos, da governação e dos estados de direito.
“É por isso que a EU promove, tanto dentro das suas fronteiras quanto nos países parceiros , abordagens de desenvolvimento que reforçam a resiliência das comunidades face ao extremismo”, disse, lembrando que um diálogo construtivo como estratégia de resolução de conflitos constitui uma “ferramenta poderosa” para a consolidação.
Defendeu que é preciso intervir noutros setores como a educação e a justiça tidos como relevantes para combater o extremismo e a radicalização, sustentando que a abordagem estratégica da União Europeia sobre mulheres, paz e segurança sublinha a necessidade de integração sistemática de uma perspetiva de género em todos os domínios e atividades.
Lembrou que o Projeto da Paz – Nô Cudji Paz tem levado a cabo um conjunto de ações, particularmente inovadoras e interessantes, assinalando que o fenómeno de extremismo e radicalismo constitui um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta nos dias que correm, em consequência das suas implicações na desestruturação dos tecidos económicos, sociais e culturais das nações.
Por: Aguinaldo Ampa/ Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb
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